Publicado em: 12/08/2025

Diretora-geral do HGC, Kely Schettini, integrou debates
No dia 7 de agosto, o Hospital Geral de Carapicuíba (HGC) marcou presença no 6° Simpósio Lactare, evento que comemora a Semana Mundial de Apoio, Promoção e Incentivo ao Aleitamento Materno. O simpósio reuniu profissionais de saúde e instituições de referência para discutir e compartilhar práticas e avanços relacionados à amamentação e ao cuidado humanizado de mães e bebês. A instituição, gerenciada pela Fundação do ABC em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, apresentou os resultados de seu programa de incentivo ao aleitamento materno.
Representantes do HGC apresentaram as iniciativas desenvolvidas pela instituição para incentivar a amamentação. Dr. Daniel Caldevilla, médico neonatologista, Luana Patrício, coordenadora de enfermagem, e Daniela Helena Souza, coordenadora de nutrição, debateram desafios na implementação de políticas públicas, estratégias de apoio às mães lactantes e o aprimoramento da formação profissional voltada ao cuidado neonatal. Já em sua participação, a diretora-geral do HGC, Kely Schettini, ressaltou como é possível reduzir custos operacionais com a diminuição da compra de fórmulas lácteas e a redução de problemas de saúde decorrentes da não amamentação.
Os números apresentados pelo hospital demonstram o impacto positivo do programa. Desde o início da parceria com o banco de leite Lactare, 1.621 recém-nascidos receberam leite humano pasteurizado na UTI Neonatal, totalizando 1.559 litros utilizados em 7.457 atendimentos individuais realizados. A economia gerada pela não utilização de fórmulas infantis chegou a R$ 135 mil, evidenciando não apenas os benefícios clínicos, mas também a sustentabilidade financeira da iniciativa.

O programa tem contribuído para a melhoria dos indicadores de saúde neonatal no hospital. A mortalidade geral medida pelo escore SNAPPE II, um sistema de pontuação usado para avaliar a gravidade da doença em recém-nascidos internados em UTIs Neonatais, apresentou redução consistente, passando de 6,34 pontos em 2019 para 1,98 em 2025 (nesse sistema, quanto menor a pontuação, menos chance os bebês têm de ir à óbito). Além disso, foi registrado apenas um caso de enterocolite entre 2022 e 2025, contra dez em 2019, demonstrando a eficácia do leite humano na prevenção dessa grave complicação neonatal.
Durante sua intervenção no simpósio, a diretora Kely Schettini levantou uma questão sobre o uso da telessaúde no apoio e manejo da amamentação, provocando rica discussão entre os participantes. Sua abordagem reforçou a importância de integrar tecnologias às boas práticas assistenciais e adotar práticas sustentáveis que reduzam o deslocamento das mães lactantes até as unidades de saúde, ampliando o acesso ao suporte especializado.
O hospital anunciou, ainda, três iniciativas para aprimorar o serviço de neonatologia e o suporte ao aleitamento materno. Os planos incluem a implantação de uma sala exclusiva para manipulação de leite humano, seguindo normas da Anvisa para maior segurança no processamento, a implementação de atendimento em grupo para mães da neonatologia através de rodas de conversa semanais, e a contratação de uma enfermeira exclusiva para o posto de coleta, visando elevar a qualidade do atendimento e aumentar o volume de doações.