A atuação da ONG CãoAmor no Hospital Municipal Irmã Dulce de Praia Grande, que teve início em outubro, amplia um dos projetos mais bem sucedidos na área de humanização: a Pet Terapia ou Terapia Assistida por Animais (TTA). Os cães Limit, da raça collie, Benjamin, golden retriever, e Maya, uma poodle, são os primeiros novos companheiros de Satine, a golden retriever que iniciou o trabalho no hospital há cinco anos. As visitas monitoradas acontecem às quartas-feiras.
Antes de levar os cães para visitar pacientes pediátricos e adultos em unidades como a Clínica Médica, integrantes da CãoAmor passaram por capacitação coordenada pela fonoaudióloga Eliane Selma do Valle Blanco, dona de Satine. Neste encontro, a equipe multidisciplinar acolheu os voluntários, estabelecendo regras para a atuação e orientando-os sobre as normas do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), entre outros temas.
Segundo a presidente da ONG, Danielle Gravina Calasans, dona de Limit, o objetivo é proporcionar momentos de recreação e conforto a crianças e adultos internados, mas por onde passam os cães despertam animação em funcionários e profissionais da saúde. “É um momento de muita alegria dentro do hospital”, declara.
Conduzindo os cães, a vice-presidente da ONG, Gedalva Santos Avimo, percebe que as pessoas ficam mais felizes com a inesperada visita: “Nem parece que estão num hospital. O clima do quarto muda”. Dona de uma poodle, Caroline Takanaro também faz avaliação positiva da reação com os cães ao ambiente.
Nas primeiras visitas, as voluntárias da CãoAmor perceberam que não apenas crianças sentiam-se felizes, mas entre os adultos também havia grande aceitação. Kelly Santana cita o caso de um menino, internado havia um mês na Pediatria, que não saía do quarto. Ao ser visitado pelo cão, aceitou conduzi-lo num “passeio” à Brinquedoteca, que integra as instalações da Pediatria. “A presença do animal ameniza as intervenções. É uma troca de emoções, porque o cão interage com o paciente”, relata.
Acompanhando o trabalho voluntário da CãoAmor no hospital, Eliane Blanco observa que o adestramento de cães-terapeutas é fundamental, mas o ambiente hospitalar exige cuidados constantes e específicos: vacinação atualizada, avaliação veterinária, vermifugação, banho um dia antes da visita e higienização antes de entrar nas alas.
Entre os benefícios da Pet Terapia estão: efeito calmante e antidepressivo, estímulo à integração social e elevação da autoestima do paciente, já que desvia o foco da tensão emocional, dor e estresse pela internação. Estudos também apontam redução da pressão sanguínea e cardíaca, melhoria do sistema imunológico e bem-estar geral.
