Hospital Mário Covas recebe prêmio “Amigo do Transplante”

Publicado em: 12/09/2022

Desde 2021, ação para notificação de morte encefálica e doações de órgãos confirmadas já beneficiaram 85 pessoas que aguardavam na fila de transplante

 

Dr. Alexandre Cruz Henriques, Dr. Adilson Cavalcante e a enfermeira Simone Contardi Barros

O Hospital Estadual Mário Covas (HEMC), em Santo André, é mais uma vez destaque e está entre as 10 instituições do Estado que mais notificam as ocorrências de morte encefálica, essencial para o protocolo que envolve a retirada e transplante de órgãos. No dia 2 de setembro, a equipe do HEMC, administrado pela Fundação do ABC, recebeu o prêmio “Amigo do Transplante 2022”, repetindo a premiação de 2018.  Para alcançar esse resultado foi preciso manter uma estrutura adequada, equipe multidisciplinar, além do acolhimento e concordância das famílias.

A agilidade na notificação de morte encefálica é fundamental para o processo de doação de órgãos e transplantes, cuja fila de espera cresce no Brasil e no mundo. O tempo para que o protocolo seja concluído com sucesso é limitado, envolvendo a confirmação da morte encefálica, preservação do corpo, autorização dos familiares, notificação e retirada dos órgãos pela Organização de Procura de Órgãos (OPO), que no caso da unidade está vinculada ao Instituto Dante Pazzanese, de São Paulo.

De acordo com a enfermeira da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do HEMC, Simone Contardi Barros, é muito importante a avaliação dos potenciais doadores junto à equipe médica e OPO, além de fazer a entrevista familiar após o fechamento do protocolo e constatação do óbito, conscientizando sobre a importância da doação. “Nosso hospital tem taxa média de 90% de concordância dos familiares, um índice alto para esses casos, reforçando a certeza de que a nossa equipe desenvolve esse trabalho com muito êxito”, afirma a enfermeira.

Em 2021, o Hospital Mário Covas registrou 31 protocolos de morte encefálica e a confirmação de 19 doadores de órgãos. Os números de 2022 já são relativamente superiores, pois, de janeiro a julho foram registradas 26 notificações, das quais 15 resultaram em doadores de órgãos. A média anual no HEMC é de 68 órgãos doados e, desde o início de 2021, o trabalho contribuiu para que 85 pacientes deixassem a fila do transplante.

Apesar da espera por órgãos, o Brasil é destaque mundial na realização de transplantes, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, afirma o diretor técnico do HEMC, Dr. Alexandre Cruz Henriques. “Mesmo assim, as doações não são suficientes para a redução das filas. Isso mostra a importância dos hospitais captadores. Para ter sucesso, precisam manter excelentes indicadores de qualidade e uma equipe multidisciplinar competente para condução de todo o processo, garantindo a qualidade dos órgãos e o sucesso do transplante, trabalho que o nosso hospital faz com brilhantismo”, finaliza.

O diretor-geral, Dr. Adilson Joaquim Westheimer Cavalcante, destaca que “a doação de órgãos proporciona o prolongamento da expectativa de vida de pessoas que precisam de um transplante, permitindo o restabelecimento da saúde e a retomada das atividades de vida normais”. O dirigente completa: “Cada doador pode salvar oito vidas ou mais. A doação de órgãos é um ato nobre e a conquista do prêmio é o reconhecimento do trabalho e empenho não só da equipe diretamente envolvida no processo de captação de órgãos e tecidos, mas de todos os colaboradores do hospital em manter uma assistência segura e de qualidade. Particularmente, é importante parabenizar o esforço dos médicos, assistentes sociais, psicólogos, da enfermagem e fisioterapia, profissionais diretamente envolvidos neste processo, uma vez que os números da captação e doações são expressivos e confirmam a dedicação de todos em minimizar o sofrimento das pessoas que têm a esperança de retomar suas vidas”.

A Comissão Intra-hospitalar de Órgãos e Tecidos do HEMC é composta por: Dr. Alexandre Cruz Henriques, diretor técnico do HEMC; Dr. Celso Alessandro de Andrade, gerente médico; Simone Contardi Barros, enfermeira da CIHDOTT; Debora Moura da Silva, supervisora de Enfermagem da Emergência; Janaína Lima Izzo,  coordenadora de Enfermagem; Juliana Mazzei Garcia,  gerente de Enfermagem; Priscila Ruiz Alves, supervisora  de Enfermagem Infantil; Fernanda Nunes da Silva, supervisora Enfermagem do Centro Cirúrgico; Amanda Guedes, Supervisora Enfermagem UTIs; Cristiano Martins, supervisor da Fisioterapia; Olider Gardin Nunes, coordenador do Serviço de Reabilitação; Vanessa Gonçalves Valdoski, psicóloga; Célia Rose Longue, assistente social da Emergência; e Joaquina Pires dos Santos, assistente social das UTIs.