O Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini de Mauá é o primeiro hospital municipal do país a receber treinamento para utilização do APURASUS, ferramenta gratuita que auxilia na tomada de decisões quanto ao uso de recursos públicos. Trata-se de um sistema de informação desenvolvido pelo Ministério da Saúde para auxiliar no processo de apuração e gestão de custos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Na prática, agora é possível analisar com maior precisão o emprego dos recursos aplicados, se é suficiente, insuficiente, onde é preciso aumentar ou reduzir, sugerir melhorias e otimizar os gastos dos serviços. A capacitação da equipe de custos do hospital aconteceu na própria unidade nos dias 16 e 17 de novembro.
A ferramenta integra o Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC), que começou a ser implantado em 2012 com foco nos Núcleos Estaduais de Economia da Saúde. Porém, a partir da demanda espontânea dos municípios em todo o país, técnicos do Ministério da Saúde passaram a analisar a viabilidade de implantar a ferramenta nos serviços hospitalares municipais. “Em outras cidades não conseguimos dar andamento a implantação porque é preciso que a equipe tenha algum conhecimento da metodologia. No Nardini, como hospital municipal, o serviço é piloto para o Estado de São Paulo e todo país. Percebemos o cenário bem encaminhado, pois a equipe já preenchia os requisitos para absorção do conteúdo. Fizemos apenas a migração dos dados”, explicou o economista do Ministério da Saúde e responsável pelo treinamento, André Soares de Alcântara, que já ministrou a capacitação em hospitais estaduais de Tocantins e Paraíba.
Como a tabulação dos dados que alimentam o sistema já era feita no hospital, porém a partir de outro programa, a equipe precisou apenas aprender a alimentar a plataforma para extrair os relatórios dos custos hospitalares e assim ampliar o controle dos gastos. “Realizamos a transição da planilha digital que já preenchíamos. A vantagem é que agora conseguimos analisar a relação custo x produtividade dos setores com maior precisão e com dados mais fidedignos”, explica o gerente de custos da unidade, Alan Rangel. As despesas analisadas neste processo permeiam toda a rotina de funcionamento de um hospital geral, como custo paciente/dia, gastos com cirurgias, exames, medicações e refeições, por exemplo.
Com a implantação do sistema nas redes estaduais do país, todos os dados de gastos nas unidades de saúde do Estado são parametrizados e, assim, é feito cálculo automático dos custos dos atendimentos finais, o que permite evitar desperdícios e mau uso do recurso público. O PNGC tem como clientela principal os gestores das Unidades de Saúde e do SUS de forma geral. Em Mauá, a expectativa é de que, em breve, o mesmo sistema seja expandido para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Rede de Atenção Básica.
