Hospital Nardini recebe visita de professor de Agronomia de universidade catarinense

Publicado em: 18/03/2022

À esquerda, o professor Germano Guttler, da Universidade de Santa Catarina (UDESC), junto à equipe técnica da FUABC e hospital

O Hospital Nardini recebeu em 28 de fevereiro a visita do professor Germano Guttler, do departamento de Agronomia do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). A visita foi acompanhada pela equipe de Sustentabilidade da Fundação do ABC, com objetivo de consolidar parceria sobre novos métodos de compostagem a serem desenvolvidos na unidade hospitalar. A técnica consiste no reaproveitamento de resíduos orgânicos, como sobras de frutas e verduras, para produção de adubo, jardins e canteiros.

O método desenvolvido pelo professor é chamado de Método Lages de Compostagem (MLC), em referência ao nome da cidade catarinense. O pesquisador é autor de um dos programas de compostagem urbana mais conhecidos do País.

“Percebemos que o método é bem simples e pode ser feito por qualquer pessoa, sem nenhum investimento, sujeira ou mau cheiro. A visita foi de grande importância para entendermos o potencial da técnica. Serviu de reflexão para continuarmos buscando mudanças no manejo e destino final dos resíduos. Deixar de encaminhar os resíduos orgânicos para o aterro sanitário significa redução no custo, e a possibilidade de utilizar o método na instituição é muito gratificante”, disse a analista de Meio Ambiente do Hospital Nardini, Eliesse Oliveira da Silva.

A equipe visitou a área externa do hospital, onde é mantida uma horta e outros locais com potencial para receber o composto. A unidade recebeu várias dicas do professor sobre o que pode ser plantado para facilitar a manutenção do local, ajudar a controlar ervas daninhas e melhorar o manejo de resíduos gerados na instituição.

A TÉCNICA

O processo é simples. O professor ensina as pessoas a fazerem, em casa, um vaso compostor em garrafa pet de 5 litros para reciclar o próprio lixo orgânico. As camadas de resíduos devem ser furadas, três vezes por semana, para receber oxigênio. Não é preciso irrigar. Após duas semanas, é possível plantar verduras, legumes, ervas, flores, entre outros, sobre as camadas. O método também pode ser realizado em canteiros de alvenaria de cerca de 10m², a depender da estrutura do local.

Desde a criação, em 2013, a técnica vem sendo difundida em escolas da rede pública de Lages, residências, instituições e até em presídios. Com isso, milhares de resíduos orgânicos deixaram de ser despejados nos já sobrecarregados aterros municipais.

A última análise do lixo da cidade mostra que o programa de compostagem que o autor do projeto lidera conseguiu reduzir a 21% a porcentagem de lixo orgânico enviada ao aterro da cidade em 2020. Dez pontos percentuais abaixo de 2019. A técnica gera adubo de ótima qualidade para hortas orgânicas ou jardins internos.