Publicado em: 22/08/2025

Com toda pompa, cerimônia contou com beca e capelo (foto: Isabella Diniz/PMSBC)
Um momento de amor e conexão que se reverte em mais saúde e desenvolvimento. O leite humano é considerado o melhor alimento do mundo, a gota de ouro. Por isso, quando mães e bebês conseguem completar seis meses de aleitamento exclusivo, conforme preconizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), sobram motivos para comemorar. Em 18 de agosto, mães e bebês participaram, na UBS Jordanópolis, em São Bernardo, da formatura dos pequenos que foram alimentados apenas com o leite materno no primeiro semestre de suas vidas.
Com direito a beca e capelo dourados – afinal, o leite humano é alimento padrão ouro – as mães foram homenageadas pela equipe que, durante os seis primeiros meses de vida dos seus bebês, acompanharam e incentivaram o aleitamento. “A formatura dos bebês foi idealizada para incentivar o aleitamento humano exclusivo por seis meses, envolvendo toda a comunidade e equipe de saúde, como um momento de celebração e reconhecimento do esforço conjunto neste período tão desafiador e importante para a saúde das pessoas”, explica a coordenadora técnica da UBS, Kelly Cristina Araújo.
NÚMEROS POSITIVOS
A atividade começou em agosto de 2022 – no Agosto Dourado, mês de incentivo à amamentação – e, na UBS Jordanópolis, dois anos após o início do programa, foi observado um aumento de 23,3% no número de crianças que mantiveram o aleitamento exclusivo, na comparação com crianças acompanhadas antes da implementação da iniciativa. Atualmente, cinco UBSs desenvolvem o programa e todas terão formaturas no mês de agosto. São elas as unidades Nazareth, Leblon, Jordanópolis, Vila Rosa e Baeta Neves.
A pediatra da UBS que fez o acompanhamento de todos os bebês (sete completaram o período de seis meses em aleitamento exclusivo), Dra. Mayumi Tanaka, lembrou que embora pareça fácil, amamentar pode ser complicado em alguns momentos. “A gente acha que é só botar no peito que vai, mas, no dia a dia, vemos o quão difícil é. É preciso se dedicar e persistir, necessita resistência, e nós estamos aqui para isso, toda a unidade está aqui para dar esse apoio”, pontuou.
Cirlene dos Santos Lopes, 36 anos, é mãe da Heloísa, de seis meses, e contou que, assim que soube que estava grávida, sentiu medo sobre o período de amamentação. “Apesar disso foi muito tranquilo, deu tudo certo. Aqui na UBS eu tive todo o apoio. A equipe é ótima e os profissionais são de excelência. Eu só tenho a agradecer”, afirmou.
Beatriz Guimarães Santos, mãe da Sophia, também de seis meses, falou das dificuldades de manter o aleitamento exclusivo. “Foi bem desafiador no começo, mas tive bastante apoio do meu esposo e da minha mãe. As pessoas conseguiram respeitar esse momento, da gente querer seguir com a amamentação exclusiva, e graças a Deus deu tudo certo”, concluiu.
AVANÇO
Segundo dados do governo federal, o índice de amamentação exclusiva no Brasil vem aumentando nos últimos anos. Na década de 1970, a média de duração do aleitamento materno no País era de apenas dois meses e meio. Atualmente, as crianças brasileiras são amamentadas, em média, por 16 meses — o equivalente a 1 ano e 4 meses de vida.
Apesar do avanço, o desafio ainda é grande. A OMS estabeleceu como meta que, até 2025, pelo menos 50% dos bebês com até seis meses de idade sejam alimentados exclusivamente com leite materno. No Brasil, a expectativa do governo é ainda mais ambiciosa: alcançar um índice de 70% até 2030.
O leite materno é o melhor alimento para os bebês e é considerada a primeira vacina. Fortalece o sistema imunológico, auxilia no desenvolvimento da criança e reduz a incidência de alergias e doenças crônicas, reverberando na saúde daquele indivíduo por toda sua vida. O movimento de sucção é importante para desenvolver a arcada dentária e a fala. Para a mãe, amamentar reduz as chances de câncer de mama, reforça o vínculo com o bebê e pode contribuir para evitar depressão pós-parto.