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Mais informação e menos preconceito são objetivos do ‘Dia Mundial da Psoríase’

Publicado em: 30/10/2020

Data abre oportunidade para orientar pacientes e população sobre a doença, que é lembrada mundialmente no mês de outubro

 

A professora de Dermatologia da FMABC e coordenadora do Ambulatório de Psoríase, Dra. Luiza Keiko Matsuka Oyafuso

A psoríase é uma doença crônica inflamatória que impacta diretamente a qualidade de vida dos pacientes. Apesar de não ser contagiosa, ainda é responsável por muitos episódios de preconceito e bullying. Na quinta-feira, 29 de outubro, foi o Dia Mundial da Psoríase. Desde 2006, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) aproveita a data e promove a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase, cujo objetivo é orientar, conscientizar e esclarecer dúvidas da população.

As principais características da psoríase são lesões róseas ou avermelhadas recobertas por escamas esbranquiçadas, que na maioria dos casos aparecem em várias áreas do corpo, entre as quais cotovelos, joelhos ou couro cabeludo, unhas, palma das mãos e plantas dos pés, por toda a pele, articulações (com dor ou até mesmo artrite). Vale ressaltar que a psoríase não pode ser adquirida pelo contato, mesmo íntimo, com qualquer portador da doença.

“Quanto mais informação, melhor. Quando divulgamos que a psoríase não é contagiosa e que tem diversas formas de tratamento, estamos contribuindo para reduzir o preconceito e, dessa forma, melhorar a qualidade de vida e a autoestima dos pacientes”, considera a professora de Dermatologia do Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e coordenadora do Ambulatório de Psoríase, Dra. Luiza Keiko Matsuka Oyafuso.

ALTA INCIDÊNCIA

A psoríase pode atingir todas as faixas etárias, mas é mais frequente na população entre 30 e 40 anos e de 50 a 70 anos, sem distinção quanto ao gênero. Afeta aproximadamente 3% da população mundial. Segundo a SBD, a prevalência no Brasil é de 1,3%, variando entre 0,9 a 1,1% nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e 1,9% no Sul e Sudeste.

A doença está associada a comorbidades como obesidade, dislipidemias, diabetes e risco cardíaco. As causas ainda são desconhecidas, mas sabe-se que envolvem questões autoimunes e genéticas. Também já está confirmado que alguns fatores externos podem causar o surgimento ou a piora das lesões, como o tempo frio, as infecções e o estresse, assim como a baixa imunidade. O hábito de coçar ou mexer nas lesões e os banhos quentes e prolongados pioram o quadro, provocando, muitas vezes, ressecamento e coceira.

Os tratamentos variam segundo a gravidade. A terapia nos casos de psoríase leve é somente com orientação e uso de medicação tópica – utilizada externamente com aplicação direta na pele. Quando moderada, além de tópicos também é indicada fototerapia – método em que o paciente é colocado em cabine especial e submetido à irradiação controlada de luz ultravioleta A ou B. Medicações sistêmicas, como Methotrexate, Acitretina e Ciclosporina, são opções para psoríases de moderada a grave. “Mais recentemente também teve início a administração dos chamados medicamentos biológicos, que são considerados de alto custo e cujos resultados têm se mostrado bastante promissores”, informa Dra. Luiza Keiko.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda para os cuidados diários o uso de cremes hidratantes sem perfume, xampus neutros, banhos curtos e mornos, alimentação saudável e banhos de sol por tempo limitado e sob a orientação do médico dermatologista. Também deve-se evitar o uso de sabonetes abrasivos ou esfoliantes, que ressecam a pele.

Interessados podem obter mais informações sobre o tema no site www.psoriasetemtratamento.com.br.

 

Superação: “Por um momento a psoríase roubou o meu sorriso, mas nunca a minha esperança” 

 

Com tratamento realizado no Ambulatório de Psoríase da FMABC, Natícia Santos, 33, voltou a ter uma vida normal – Foto: Reprodução

Natícia Ferraz de Souza Santos, 33 anos, moradora de Diadema, recebeu diagnóstico de psoríase após a segunda gestação, aos 25 anos. As placas com descamações chegaram a acometer 80% do seu corpo, que apresentava intensa coceira e deixava manchas de sangue no lençol. A dificuldade para encontrar tratamento adequado na rede pública de Saúde atrasou sua reabilitação e prejudicou sua autoestima, devido à visibilidade e extensão das lesões. Por dois anos utilizou pomadas com corticoides e praticou a técnica de envelopamento com papel filme, na expectativa de diminuir as dores e o intenso desconforto. “Não aguentava mais essa situação. Foi quando achei melhor me esconder com roupas de mangas longas e calças”, relembra.

No estágio mais grave da doença, em 2019, passou em atendimento no Ambulatório de Psoríase da disciplina de Dermatologia do Centro Universitário Saúde ABC – FMABC. Natícia já havia passado por diversas consultas em postos de saúde de Diadema e aguardava encaminhamento para o tratamento especializado. “Foi quando vi que meu caso havia esperança. Saí da consulta chorando. Me acolheram desde o início até o tratamento. Fiz vários exames e comecei a tomar o medicamento indicado. Senti que recebi a vida novamente”.

Ao saber que personalidades mundiais conviviam com a doença, como Kim Kardashian e Kylie Jenner, a filha abraçou a causa junto à mãe, que atualmente administra a página “Eu tenho Psoríase” no Facebook para divulgação e troca de informações sobre a patologia. Carolina, de 8 anos, aparece periodicamente nas postagens com mensagens de estímulo aos portadores da doença. Hoje, Natícia leva uma vida normal e segue em acompanhamento com especialistas da FMABC.Lembro que, antes, minha filha não queria nem que eu a levasse ao transporte escolar, pois os coleguinhas perguntavam o que a mãe dela tinha. Foi quando passei a explicar sobre a doença. Minha família não me deixou desistir. Tenho muita gratidão pela vida e também por todas as dermatologistas que me acompanham e me acompanharam. Sempre haverá lugar para todas no meu coração. Por um momento a psoríase roubou o meu sorriso, mas nunca a minha esperança”.