Medicina ABC comemora 15 anos da primeira gravidez por fertilização in vitro

Publicado em: 29/06/2017

Ao longo dos anos, cerca de 4.000 bebês já vieram ao mundo graças ao trabalho desenvolvido na Faculdade de Medicina do ABC, considerada hoje o maior serviço universitário de reprodução assistida do país

 

Em junho de 2002, o recém-inaugurado Laboratório de Fertilização da Faculdade de Medicina do ABC comemorava a primeira gravidez a partir de óvulos fertilizados in vitro. De algumas poucas salas no Prédio Central, a iniciativa cresceu e, após 15 anos, tornou-se o serviço universitário com maior volume de procedimentos do país, com mais de 300 ciclos mensais de reprodução assistida, ações de responsabilidade social junto à pacientes com câncer e como referência nacional na atenção à casos especiais, como portadores de HIV e hepatites. Ao longo dos anos, cerca de 4.000 bebês já vieram ao mundo graças ao trabalho desenvolvido na FMABC.

O professor titular de Saúde Sexual, Reprodutiva e Genética Populacional da FMABC e presidente do Instituto Ideia Fértil, Dr. Caio Parente Barbosa

A história do serviço ganhou capítulo especial em 2010, quando foi fundado o Instituto Ideia Fértil, que funciona em prédio próprio no campus universitário. São três andares em área construída de 2.000 m2 e funcionamento ininterrupto, sete dias por semana. Ligado à disciplina de Saúde Sexual, Reprodutiva e Genética Populacional da FMABC, o Ideia Fértil responde por consultas, exames, inseminações artificiais e até mesmo procedimentos cirúrgicos. São, em média, 400 novas consultas todos os meses, com a missão de oferecer tratamentos de fertilidade a um custo acessível, que pode ser até 70% menor do que os valores cobrados por clínicas particulares.

“São 15 anos de dedicação, crescimento, aprendizado, gratidão, inovações e realizações. É motivo de orgulho ver que nosso trabalho vem gerando tantos frutos. Atingimos patamar que seria impossível sonhar quando aconteceu o nascimento do primeiro bebê, fruto daquela primeira inseminação. Hoje são mais de 120 colaboradores entre recepcionistas, pessoal de limpeza, médicos, enfermeiras, psicólogos, auxiliares de enfermagem, biomédicos, biólogos, nutricionista, pesquisadores, pós-graduandos, residentes, alunos de iniciação científica e pessoal administrativo. O sucesso obtido nesses anos todos é fruto do trabalho dessa equipe maravilhosa”, garante o professor titular de Saúde Sexual, Reprodutiva e Genética Populacional e presidente do Instituto Ideia Fértil, Dr. Caio Parente Barbosa.

Estima-se que aproximadamente 15% da população sofra de infertilidade. Em geral, os problemas são 40% dos homens, 40% das mulheres e 20% do casal. Nos homens, a grande maioria está relacionada à falta de espermatozoides. Já no público feminino, as causas principais são endometriose e distúrbios de ovulação. “A média é de 2 meses entre a primeira consulta e a inseminação. Nesse período realizamos investigação das possíveis causas da infertilidade e exames, que nas mulheres ocorrem somente durante o ciclo menstrual”, explica Barbosa.

Para passar em atendimento, o contato deve ser via telefone (11) 4433-2830 ou pelo e-mail agendesuaconsulta@ideiafertil.com.br. Não há fila de espera. Os atendimentos ocorrem de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, no campus da Faculdade de Medicina do ABC (Av. Lauro Gomes, 2000, Vila Sacadura Cabral, Santo André – SP).

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Além dos tratamentos de baixo custo, o Instituto Ideia Fértil abriu caminho em 2010 para o primeiro projeto brasileiro de preservação da fertilidade feminina, com atendimentos gratuitos a mulheres com risco de perda da fertilidade – como pacientes com câncer, por exemplo. Estudos revelam que mulheres em quimioterapia têm entre 40% e 100% de chances de ficar inférteis. “Estima-se que temos 8 mil mulheres com câncer de mama somente no Estado de São Paulo. São cerca de 1.200 pacientes por ano que perdem a chance de ter filhos”, calcula Dr. Caio Parente Barbosa, que completa: “No Ideia Fértil é possível congelar óvulos e fragmentos de ovários das pacientes antes que iniciem o tratamento do câncer, preservando a fertilidade dessas mulheres. Da mesma forma, no caso dos homens, o congelamento de sêmen também é realizado sem custos para portadores de doenças potencialmente prejudiciais à fertilidade”.

SITUAÇÕES ESPECIAIS

Outro trabalho pioneiro desenvolvido na FMABC e que se tornou referência nacional é o CRASE – Centro de Reprodução Assistida em Situações Especiais. Trata-se do primeiro laboratório universitário da América Latina dedicado à reprodução assistida de pacientes infectados por HIV, HTLV e hepatites B e C, cujos vírus são diretamente transmitidos aos parceiros caso mantenham vida sexual sem proteção. Inaugurado em 2006, o local funciona em estrutura independente à do Instituto. Permite isolar o vírus do sêmen antes de fecundar o óvulo, para posteriormente seguir os mesmos moldes de uma reprodução assistida comum.