Novo ambulatório de Parkinson dobra capacidade de atendimento na FMABC

Publicado em: 05/05/2017

A disciplina de Neurologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) deu início em maio a ambulatório específico para pacientes com doença de Parkinson. Até então, esses atendimentos ocorriam no Ambulatório de Distúrbios do Movimento e dividiam espaço com casos de distonias, tremores não relacionados à doença de Parkinson, coreias – tipo de síndrome caracterizada por movimentos involuntários –, mioclonias, entre outras enfermidades.

Dra. Margarete de Jesus Carvalho (esq.) e médicos residentes da FMABC

Com a novidade, a FMABC dobra a capacidade de atendimento nessa área. O Ambulatório de Distúrbios do Movimento funcionava uma vez por semana para todos os casos do segmento. A partir de agora são dois dias: o serviço geral atende as quartas-feiras, enquanto o novo Ambulatório de Doença de Parkinson funciona as quintas, ambos das 8h às 12h.

“Cerca de 50% dos pacientes que atendemos na área de distúrbios do movimento são casos de doença de Parkinson. Por essa razão, sentimos necessidade de abrir um ambulatório específico, a fim de ampliar o número de vagas para esses pacientes e também de aumentar nossa capacidade para os demais casos, cujos diagnósticos e tratamentos normalmente são bastante específicos e complexos”, explica a professora de Neurologia da FMABC e coordenadora dos ambulatórios, Dra. Margarete de Jesus Carvalho.

Com a abertura do Ambulatório de Doença de Parkinson e dois dias de trabalho, a capacidade de até 20 atendimentos semanais aumentou para 40. Além da equipe médica, acompanham os atendimentos de 2 a 4 médicos residentes por dia, além de alunos de Medicina do 6º ano. “Além do benefício aos pacientes, a separação dos ambulatórios também proporcionará ganho na qualidade do ensino médico, a partir do aprofundamento das discussões de casos em um dia específico para a doença de Parkinson”, revela Dra. Margarete Carvalho.

As vagas para passar em atendimento na Faculdade de Medicina do ABC são disponibilizadas aos municípios do Grande ABC, que coordenam o encaminhamento dos pacientes através das unidades de saúde locais.

DOENÇA DE PARKINSON

A doença de Parkinson é uma patologia neurológica que afeta os movimentos. Segundo a Associação Brasil Parkinson, o problema decorre da degeneração de células nervosas (neurônios) situadas na região cerebral conhecida como substância negra. Incurável, de caráter progressivo e lento, a doença ainda tem causa desconhecida e apresenta entre os principais sintomas tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, alterações na fala e escrita.

O diagnóstico da doença de Parkinson é clínico, por meio da história do paciente e avaliação neurológica. Diferentemente da doença de Alzheimer, pacientes com Parkinson não têm afetadas a memória e a capacidade intelectual na fase inicial. Parkinson pode atingir qualquer pessoa, independente de sexo, raça, cor ou classe social. É mais comum em idosos, com os primeiros sintomas geralmente a partir dos 50 anos. Estima-se que 1% da população mundial com mais de 65 anos sofra com o problema.

Apesar de não haver cura, existem tratamentos que combatem os sintomas e retardam o progresso da doença. Medicamentos e cirurgias fazem parte do arsenal terapêutico, assim como sessões de fisioterapia e de terapia ocupacional, além de fonoaudiologia para casos em que há comprometimento da fala ou da voz.