Publicado em: 03/06/2019
Alunos e residentes participaram de atividade, que teve participação do Cremesp – Foto: Divulgação/Cremesp
A Sociedade Acadêmica de Medicina Legal e Perícias do Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) organizou dia 31 de maio o II Workshop Interdisciplinar de Ética e Saúde. O evento, que abordou o tema “Assédio moral na formação acadêmica e profissional”, foi realizado no Anfiteatro Dr. David Uip, no campus universitário em Santo André, com apoio do Centro de Estudos de Saúde Coletiva (CESCO). A ação contou com a participação do Cremesp (Conselho Regional Medicina do Estado de São Paulo), que acaba de lançar o livro “Assédio Moral na Formação Médica: conscientizar para combater”.
Na primeira parte do evento, a professora e vice-coordenadora da Comissão de Extensão (COMEX) e do departamento de Saúde da Coletividade da FMABC, Dra. Silmara Conchão, falou sobre Sociologia, e o docente da FMABC e presidente da Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias Médicas (ABMLPM), Dr. Ivan Miziara, abordou o tema ligado à ética. Também houve discussão de casos clínicos e mesa redonda para debate.
No bloco 2 da atividade, participaram o psiquiatra Dr. Rodrigo Sinott, do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE); Dra. Cibelle Linero, mestre em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP); e o psiquiatra da USP e membro do Conselho Regional Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Dr. Edoardo Vattimo.
Vattimo destacou a vulnerabilidade ao suicídio entre jovens médicos, em especial, médicas. “É difícil estabelecer a relação direta entre as duas coisas. Mas sabe-se que as pressões, inclusive o assédio, podem funcionar como um ‘gatilho’, um ‘fator desencadeante’ a problemas de saúde mental em meio a tal público”, disse o psiquiatra, também coordenador do departamento de Comunicação do Cremesp.
“É um tema reconhecidamente polêmico e relevante para nosso centro universitário. O ambiente da graduação de uma universidade gera impactos no comportamento e nos valores dos estudantes em suas futuras vidas profissionais. A exposição a abusos seria negativamente associada à satisfação profissional, saúde mental e bem-estar em múltiplos ambientes. Por isso, propomos discutir com estudantes e docentes o assédio moral na formação acadêmica e profissional”, disse Leonardo Tanaka, aluno do 3º ano de Medicina e membro da organização.