Publicado em: 05/04/2024
O médico cardiologista Dr. Caio Cesar Ferreira Fernandes acaba de receber convite para integrar a Iniciativa de Assistência à Saúde Baseada em Valor (VBHC, na sigla em inglês), uma importante colaboração global liderada pelo Colégio Americano de Cardiologia (ACC). A nomeação, anunciada nesta semana pelo Dr. Antonio Carlos Palandri Chagas, presidente da Assembleia de Governadores Internacionais do ACC, destaca a contribuição significativa que Fernandes trará para o projeto.
A iniciativa VBHC tem como foco o desenvolvimento de modelos de pagamento que incentivem a melhoria da qualidade do atendimento ao paciente, ao mesmo tempo em que buscam reduzir os custos em saúde, uma prioridade dada ao envelhecimento populacional e ao aumento dos gastos em todo o mundo.
Dr. Caio Fernandes é formado pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), onde também concluiu residência em Clínica Médica. Na Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo fez especializações em Cardiologia, com subespecialização em Coronariopatias Agudas, e em Terapia Intensiva, com área de atuação em Terapia Crítica Cardiológica e Medicina Perioperatória. Atualmente é diretor da Unidade Crítica de Coronariopatias Agudas do Centro Universitário FMABC e da Unidade Crítica de Urgência e Emergência do Hospital Estadual Mário Covas, além de consultor técnico do Núcleo Estratégico de Governança da Fundação do ABC.
“A iniciativa de Value-Based Healthcare (VBHC) representa uma evolução natural na forma como encaramos a assistência em saúde na Fundação do ABC e no Centro Universitário FMABC, alinhando-se perfeitamente à nossa missão de fazer mais e melhor com os recursos que temos”, destaca Dr. Caio Cesar Ferreira Fernandes. O médico completa: “Essa iniciativa, como ilustrado em um projeto piloto de tratamento integrado do Infarto Agudo do Miocárdio na região do Grande ABC, não é apenas sobre a melhoria dos cuidados ao paciente, mas é fundamentalmente sobre aprimorar nossa capacidade de entregar valor real e percebido, tanto na educação quanto na prática clínica. Isso significa uma transformação na maneira como formamos nossos estudantes e profissionais, baseando nossa prática em evidências e na eficiência”.
Dr. Caio Fernandes acrescenta: “Ao integrar os princípios do VBHC em nossas operações, estamos essencialmente fortalecendo o vínculo entre a teoria e a prática. Isso nos permite não só elevar o padrão de cuidados que oferecemos, mas também aprimorar a qualidade da educação que proporcionamos, preparando os profissionais de saúde para serem agentes de mudança no sistema. Afinal, é pela melhoria contínua e pela inovação que podemos garantir um futuro mais sustentável e eficaz para a assistência em saúde, refletindo diretamente na qualidade do serviço que entregamos à comunidade”.
O mandato do médico brasileiro terá início em 6 de abril de 2024 e ele integrará um grupo de trabalho com duração de dois anos. Como parte de sua participação, obrigatoriamente deverá assinar uma declaração de divulgação anual, reforçando o compromisso do Colégio Americano de Cardiologia com a transparência e a ética em suas iniciativas.
A expectativa é de que sua experiência contribua significativamente para o avanço da assistência à saúde baseada em valor, não apenas nos Estados Unidos, mas em um contexto global.
ASSISTÊNCIA BASEADA EM VALOR
Iniciativas de cuidados baseados em valor e modelos de pagamento alternativos são abordagens inovadoras no setor de saúde focadas em melhorar a qualidade do atendimento ao paciente enquanto controlam ou reduzem os custos associados. Diferentemente do modelo tradicional de pagamento por serviço, que remunera os profissionais de saúde com base na quantidade de procedimentos ou testes realizados, os cuidados baseados em valor priorizam os resultados de saúde dos pacientes, incentivando os provedores a oferecerem tratamentos eficazes, eficientes e centrados nas necessidades individuais. Essa abordagem busca alcançar uma assistência mais acessível e de maior qualidade, enfatizando a prevenção de doenças e a gestão eficaz de condições crônicas, visando a melhoria contínua da saúde da população.
Os modelos de pagamento alternativos complementam essa visão ao introduzir estruturas de remuneração que premiam o desempenho baseado em critérios de qualidade e eficiência, em vez de simplesmente pagar por volume de serviços. Isso inclui sistemas de bonificação por atingir metas de saúde específicas para os pacientes ou arranjos de compartilhamento de riscos que responsabilizam os prestadores pelos custos e pela qualidade do cuidado oferecido. Essas estratégias visam criar um sistema de saúde mais sustentável e centrado no paciente, estimulando inovações nos cuidados e na gestão da saúde que beneficiam tanto os indivíduos quanto a sociedade como um todo.