Música potencializa efeito de medicação em tratamento de hipertensos

Publicado em: 08/06/2018

Faculdade de Medicina do ABC participa de estudo que identifica melhora da pressão arterial e frequência cardíaca em pacientes expostos a estímulos auditivos

 

Pesquisadores da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Oxford Brookes University, da Inglaterra, Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Marília e Faculdade de Juazeiro do Norte, do Ceará, identificaram interferência benéfica da exposição à música em pacientes com hipertensão controlada durante tratamento medicamentoso. A pesquisa foi publicada na revista Scientific Reports, do grupo Nature.

O estudo, que analisou 37 pacientes — entre homens e mulheres — foi dividido em duas partes. Em um dia, voluntários foram medicados e, em seguida, tiveram seus parâmetros cardiovasculares monitorados durante uma hora enquanto ouviam músicas com fones de ouvido, todos na mesma intensidade. No outro dia, o processo foi repetido igualmente, porém sem estímulo musical. Os pacientes ouviram canções na versão piano instrumental, como Someone like you e Hello, da cantora Adele.

“Um método mais sensível para detectar alterações no coração, conhecido como variabilidade da frequência cardíaca, identificou que os medicamentos apresentaram respostas significativamente mais intensas sobre a atividade do coração quando os voluntários ouviam música”, explica Victor Valenti, professor da Unesp de Marília.

A resposta fisiológica ao estímulo musical evidenciou melhoras nos índices de frequência cardíaca e pressão arterial, com nítida redução de rigidez da aorta, maior e mais importante artéria do sistema circulatório do corpo humano. A conclusão dos especialistas é de que a música pode melhorar a eficiência do tratamento médico quando associada corretamente à ação de drogas, reduzindo os fatores de risco que provocam deterioração da função cardíaca.