Novo serviço de Endoscopia alia modernidade e pioneirismo no Hospital Irmã Dulce

Publicado em: 26/09/2014

Instalado nas dependências do Centro Cirúrgico, favorece diagnóstico precoce e mais preciso de determinadas doenças que afetam o trato gastrintestinal

 Colangiopancreatografia retrógrada en­doscópica (CPRE). O exame, de nome com­plicado, é um dos destaques do novo serviço de Endoscopia do Hospital Municipal Irmã Dulce de Praia Grande, que funciona no Centro Cirúrgico e integra a infraestrutura de atendimento voltada aos pacientes do complexo. “Pelo SUS, nós somos pioneiros na região ao realizá-lo”, afirma o médico endoscopista Everson Luiz de Almeida Artifon, coorde­nador da equipe médica.

A CPRE compreende a observação e análise de parte do sistema digestivo, que inclui vesícula biliar, pâncreas e canais que drenam tais órgãos, bem como o fíga­do, por meio de um aparelho em forma de tubo chamado endoscópio de visão lateral (denominado duodenoscópio), introduzido pela boca até o duodeno. Ele permite que o médico veja por um monitor imagens captadas do inte­rior do corpo e registre as mais significantes para o diagnóstico. Inje­tando-se contraste, o trajeto pode ser visto como um exame de raio-x. Nessa inspeção, o médico consegue não apenas verificar a existência de cálculos, tumores, fístulas ou outras alterações como, em alguns casos, também tratá-las, evitando assim a ci­rurgia convencional. Pode ainda realizar biópsias para estudo citopatológico, como em suspeita de câncer.

“Trata-se de uma técnica minimamen­te invasiva”, explica Artifon, que possui várias especializações, além de títulos de doutor e mestre em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela USP. “É terapêutica, além de permitir diagnósticos. Há 15 anos, para tratar essas lesões, o paciente teria de se submeter a cirurgias de cinco horas. Atualmente, por meio da CPRE, o procedimento leva 10 ou 15 minutos, a um custo baixo, com menos complicações e um tempo de internação também menor”.

Para o médico, além da praticidade de o resultado ficar pronto na hora, o laudo impresso pode conter até 10 imagens digi­tais “de altíssimo padrão”. “Não só do pon­to de vista ético-legal, mas em respeito ao paciente, essa qualidade oferece grande custo-benefício. Não queremos fazer algo simples, mas algo digno, primar pelo me­lhor. Assim ganham pacientes, médicos, enfermeiros e a instituição”, opina.

Endoscopia e colonoscopia: fundamentais em diagnósticos

Outros dois exames realizados pela equipe são a endoscopia e a colonoscopia, fundamentais no diagnóstico de determi­nadas doenças, como o câncer.

Segundo a médica Lubia Bonini, a en­doscopia digestiva alta também é feita por um aparelho (o endoscópio) inserido pela boca do paciente sedado, que permite vi­sualizar a parte alta do trato gastrintestinal, composta por esôfago, estomago e duode­no. Também possibilita ao médico retirar amostra de tecidos para biópsia, em estudos anatomopatológicos. É um exame que pode revelar de uma gastrite até um tumor.

Já a colonoscopia permite ao médico analisar o revestimento interno do intestino grosso e parte do delgado, correspondente ao reto e ao cólon. Diferente dos anteriores, este exame exige preparo para que o intestino esteja completamente limpo. Com o paciente sedado, o médico introduz um aparelho (o colonoscópio, um tubo fino e flexível) no ânus para visualizar o inte­rior do intestino. “É um exame importante no rastreamento do câncer colorretal para diagnóstico precoce e, eventualmente, res­secção da lesão”, detalha o médico Marco Antonio Buch Cunha, que integra a equipe. A colonoscopia também é solicitada para diagnóstico de doenças intestinais como a Síndrome do Intestino Irritável, Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa e diverticulite, entre outras.

Na sala de Endoscopia, o paciente é deitado na posição correta e recebe sedação para seu maior conforto. Após o procedimento, segue de maca para sala de recuperação enquanto o laudo médico é finalizado. Do preparo até o retor­no após os exames, que duram em média meia hora cada um, o paciente é acompa­nhado pela equipe. “O papel da enferma­gem é primordial”, afirma a enfermeira co­ordenadora do Centro Cirúrgico, Elizabeth Beatriz Passio Machado.