ONG Sorrir é Viver amplia atuação e visita pacientes do Hospital Infantil Márcia Braido

Publicado em: 13/05/2016

Iniciativa pioneira de humanização desenvolvida por alunos de Medicina da Faculdade de Medicina do ABC, a ONG Sorrir é Viver deu início à parceria inédita com a Secretaria de Saúde de São Caetano, com visitas semanais aos pacientes atendidos no Hospital Infantil e Maternidade Márcia Braido. Vestidos de palhaços ou como contadores de histórias, cerca de 10 estudantes animam as segundas-feiras de crianças internadas na Enfermaria de Pediatria ou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica. O horário é sempre após as aulas na FMABC, das 17h30 às 20h30.

Inspirados no Programa Doutores da Alegria e no filme Patch Adams, alunos da Medicina ABC desenvolvem trabalho de humanização em São Caetano

Inspirados no Programa Doutores da Alegria e no filme Patch Adams, alunos da Medicina ABC desenvolvem trabalho de humanização em São Caetano

Essa é a primeira vez que o Sorrir é Viver atua em São Caetano. Além do ‘Márcia Braido’, o grupo de estudantes desenvolve trabalhos no Hospital Estadual Mário Covas, no Centro Hospitalar Municipal e no Ambulatório de Especialidades da FMABC – todos em Santo André –, assim como no Hospital Anchieta, em São Bernardo.

“A direção do Hospital Márcia Braido entrou em contato conosco, pois queria contar com um trabalho como o do ‘Sorrir’, que estimula a humanização. Nós avaliamos a solicitação e aceitamos o convite, pois acreditamos que a proposta de trabalho da unidade vai ao encontro dos nossos objetivos. Além disso, é um serviço com atendimento pediátrico, que, de fato, requer cuidado diferenciado, sensibilidade e o olhar acolhedor”, explica a aluna do 4º ano de Medicina e coordenadora geral do Sorrir é Viver, Mariana Rigolo.

Mais de uma década de sorrisos

Fundado em 2005 por 14 estudantes de Medicina, o Sorrir é Viver nasceu em busca de levar o mundo colorido da arte ao ambiente sem cor dos hospitais e centros de saúde. O objetivo central do grupo é transformar positivamente o ambiente terapêutico e humanizar a formação médica, utilizando para isso a arte lúdica do palhaço.

As bases teóricas, metodológicas e de pesquisa sobre os efeitos benéficos da humanização hospitalar foram projetadas em 2002, inspiradas no sucesso do programa Doutores da Alegria e no filme Patch Adams. A formação efetiva do primeiro grupo ocorreu em março de 2005, inicialmente com 14 estudantes do 2º ao 4º ano de Medicina. Hoje o Sorrir é Viver conta com cerca de 150 clowns, que desenvolvem atividades semanais de humanização no Ambulatório de Especialidades da Faculdade de Medicina do ABC e com pacientes internados no Hospital Estadual Mário Covas, Centro Hospitalar Municipal de Santo André e Hospital Anchieta, além do Hospital Infantil e Maternidade Márcia Braido.

Desde 2011, o grupo foi reforçado pelos contadores de histórias – hoje são aproximadamente 50. Mais recentemente, em 2013, uma nova classe surgiu dentro do Sorrir: os musicantes. São cerca de 15 integrantes, que não precisam necessariamente tocar instrumentos musicais. Trata-se de trabalho que foca o uso de instrumentos – principalmente de percussão – para facilitar a interação com os pacientes.

Antes de “entrar em cena”, clowns, contadores de histórias e musicantes passam por curso de formação com duração de seis meses. O treinamento é ministrado por professores especialistas nas áreas, que utilizam técnicas teatrais, circenses e de improviso para capacitação dos integrantes do Sorrir é Viver. A orientação teatral não tem por objetivo formar profissionais nas artes cênicas, mas sim nortear os acadêmicos sobre como interagir com pacientes.

O Sorrir é Viver lida com o psicológico do doente. Trabalha conceitos muitas vezes esquecidos por boa parte dos médicos, como melhora da aceitação do tratamento pelo paciente e pela família e a relação médico-paciente. Além do benefício aos usuários do sistema de saúde, a ONG também tem importante contribuição para os próprios acadêmicos de Medicina, tendo em vista que alicerça a formação de profissionais humanitários. O grupo age em prol da medicina mais humana e de ações que possam efetivamente contribuir para a melhoria do bem-estar social.

Ao longo de mais de uma década, um dos momentos marcantes na história do Sorrir é Viver ocorreu em 2011, quando o grupo foi reconhecido como Organização Não Governamental. A partir de então, passou a constituir Pessoa Jurídica e ganhou CNPJ próprio, o que garantiu maior estabilidade à ONG, assim como potencial de desenvolvimento e de captação de apoiadores.

Mais informações pelo site: http://www.sorrireviver.org.