Publicado em: 14/11/2014
Iniciativa pioneira de humanização desenvolvida por alunos de Medicina da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, a ONG Sorrir é Viver completa neste 2014 uma década de atividades e prepara grande festa para marcar a data. Vestidos de palhaços, contando histórias ou tocando instrumentos musicais, os cerca de 200 integrantes da organização – 94 dos quais já formados médicos – têm um grande objetivo em comum: levar alegria a pacientes internados e demais usuários de serviços de saúde fragilizados por alguma enfermidade.
Neste sábado (15 de novembro), das 16h30 às 20h30, todos estarão reunidos no Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação (CECAPE), em São Caetano (Rua Tapajós, 300 – Bairro Barcelona), para o lançamento do livro “Uma Viagem ao Imaginário – Dez Anos de Sorrir é Viver”. Com 250 páginas e 500 exemplares impressos na primeira edição, a publicação conta a história da ONG segundo a visão de diversos interlocutores, entre os quais professores e funcionários da FMABC, pacientes e os próprios membros do grupo, em diferentes épocas de atuação.
“Não temos ex-integrantes. Os alunos do 2º ao 4º ano de Medicina são os que atuam efetivamente nas unidades de saúde junto aos pacientes. A partir do 5º e 6º anos, a rotina do curso torna-se mais intensa e é natural o afastamento dos compromissos semanais. O mesmo ocorre com os médicos formados”, detalha a coordenadora geral do livro institucional, Renata Resstom Dias, que explica: “Por essa razão, realizamos anualmente três eventos com intuito de reunir todos os integrantes. Um dos mais tradicionais é o Mutirão da Alegria, que ocorre sempre no Dia do Médico (18 de outubro) com ações na faculdade, APAE e no Centro Hospitalar de Santo André”, completa Renata, que no projeto assume o papel da “clown” Dalila da Terra Encantada.
A cerimônia que marcará os 10 anos do Sorrir é Viver seguirá a ordem de capítulos do livro histórico, com um integrante destacado para falar de cada ano do projeto. Haverá exibição do vídeo institucional do Mutirão da Alegria 2014 e bolo de aniversário. “Será uma solenidade nada formal, como é a ‘cara’ do Sorrir é Viver. Ao longo dos discursos preparamos surpresas e diversas intervenções que tornarão o evento imperdível e inesquecível”, garante a aluna Gabriele de Oliveira – também conhecida como a clown Zuza Legionella.
10 ANOS DE SORRISOS
Fundado em 2005 por 14 estudantes de Medicina, o Sorrir é Viver nasceu em busca de levar o mundo colorido da arte ao ambiente sem cor dos hospitais e centros de saúde. O objetivo central do grupo é transformar positivamente o ambiente terapêutico e humanizar a formação médica, utilizando para isso a arte lúdica do palhaço.
As bases teóricas, metodológicas e de pesquisa sobre os efeitos benéficos da humanização hospitalar foram projetadas em 2002, inspiradas no sucesso do programa Doutores da Alegria e no filme Patch Adams. A formação efetiva do primeiro grupo ocorreu em março de 2005, inicialmente com 14 estudantes do 2º ao 4º ano. Hoje o Sorrir é Viver conta 148 clowns, que desenvolvem atividades semanais de humanização no Ambulatório de Especialidades da Faculdade de Medicina do ABC e com pacientes internados no Hospital Estadual Mário Covas, Centro Hospitalar Municipal de Santo André, Casa Ronald ABC e Hospital de Ensino Anchieta.
Desde 2011, o grupo foi reforçado pelos contadores de histórias – hoje são 46. Mais recentemente, em 2013, uma nova classe surgiu dentro do Sorrir: os musicantes. Hoje são 14 integrantes, que não precisam necessariamente tocar instrumentos musicais. Trata-se de trabalho que foca o uso de instrumentos – principalmente de percussão – para facilitar a interação com os pacientes.
Antes de “entrar em cena”, clowns, contadores de histórias e musicantes passam por curso de formação com duração de seis meses. O treinamento é ministrado por professores especialistas nas áreas, que utilizam técnicas teatrais, circenses e de improviso para capacitação dos integrantes do Sorrir é Viver. A orientação teatral não tem por objetivo formar profissionais nas artes cênicas, mas sim orientar os acadêmicos a como interagir com pacientes.
O Sorrir é Viver lida com o psicológico do doente. Trabalha conceitos muitas vezes esquecidos por boa parte dos médicos, como melhora da aceitação do tratamento pelo paciente e pela família e a relação médico-paciente. Além do benefício aos usuários do sistema de saúde, a ONG também tem importante contribuição para os próprios acadêmicos de Medicina, tendo em vista que alicerça a formação de profissionais humanitários. O grupo age em prol da medicina mais humana e de ações que possam efetivamente contribuir para a melhoria do bem-estar social.
Ao longo de uma década, um dos momentos marcantes na história do Sorrir é Viver ocorreu em 2011, quando o grupo foi reconhecido como Organização Não Governamental. A partir de então, passou a constituir Pessoa Jurídica e ganhou CNPJ próprio, o que garantiu maior estabilidade à ONG, assim como potencial de desenvolvimento e de captação de apoiadores.
Mais informações pelo site: http://www.sorrireviver.org.