Orquestras se apresentam em hospitais da FUABC

Publicado em: 23/12/2015

A Orquestra Sinfônica de Santo André (OSSA) e a Orquestra do Limiar realizaram em dezembro apresentações especiais em duas unidades administradas pela Fundação do ABC: o Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, e o Hospital de Clínicas (HC) Municipal José Alencar, em São Bernardo.

Acordes de violino, viola, violoncelo e contrabaixo levaram leveza à rotina de pacientes, acompanhantes e trabalhadores do HC. Na manhã do dia 9, a unidade recebeu a Orquestra do Limiar, do programa Música nos Hospitais. Sob a regência do médico e maestro Samir Wady Rahme, 14 instrumentistas executaram clássicos de Mozart, Vivaldi e Brahms, um tango argentino de Astor Piazzola e também obras de compositores brasileiros como Antonio Carlos Jobim, Guerra Peixe e Clóvis Pereira, além de Beatles.

A apresentação fez parte das comemorações de aniversário do HC, que completa dois anos de funcionamento em 13 de dezembro. O programa Música nos Hospitais é iniciativa da Associação Paulista de Medicina (APM), em parceria com a farmacêutica Sanofi e o Ministério da Cultura. Desde 2004, a orquestra percorreu 25 cidades e já foi vista por cerca de 50 mil pessoas em 63 hospitais públicos e filantrópicos de todo o país.

“Escolhemos nos apresentar no HC como forma de homenageá-lo pelo aniversário e por tudo o que essa unidade representa para São Bernardo. Ouço falar desse hospital desde a época de sua construção, e hoje vemos o ótimo trabalho que está sendo executado aqui”, afirmou o diretor de economia médica da APM, Tomás Patrício Smith-Howard.

A orquestra se apresentou no saguão de entrada do hospital e também nos andares, próximo dos leitos dos pacientes, inclusive na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A aposentada Nanci Aparecida Leite da Silva se comoveu com a exibição. Ela acompanhava a filha, internada há mais de um mês, após sofrer crises convulsivas que acarretaram série de complicações. “Chego todos os dias às 7h e só vou embora às 21h. Não imaginei que os músicos viriam até aqui (na ala de internação). É magnífico. Me emociono porque tenho passado momentos de muita dor e tristeza. A música fala com o coração da gente, conforta. É uma bênção”.

O médico e maestro Samir Wady Rahme, fundador da Orquestra do Limiar, conta que o repertório é escolhido para despertar as emoções e aproximar o público hospitalar do universo artístico e simbólico. Ele afirma que a música carrega em si todos os elementos de que precisamos para viver bem, como harmonia, contraponto e ritmo. “Vários estudos comprovam que a música é um recurso terapêutico valioso. Queremos proporcionar um momento de alegria e paz, que amenize a dureza da rotina dos que cuidam e dos que recebem cuidados. A arte é o caminho mais seguro para transformar as coisas do mundo”, ensina.

Durante a apresentação no HC, ele rebatizou o grupo regido por ele de Orquestra Terapêutica do Limiar. “É a primeira vez que usamos esse nome em uma apresentação. Porque não é uma simples exibição. Tocamos para acolher. Sinto-me parte do tratamento quando estou regendo”.

SANTO ANDRÉ

Também em 9 de dezembro, a Orquestra Sinfônica de Santo André (OSSA) se apresentou no Hospital Estadual Mário Covas. A iniciativa inédita encerrou a temporada de concertos do Conversando sobre Música, programa pelo qual maestro e público interagem sobre o universo da música instrumental. Os concertos procuram atingir pessoas que não têm o hábito de assistir a esse tipo de apresentação e que muitas vezes não conhecem, por exemplo, a dinâmica de uma orquestra.

No caso da unidade hospitalar, a apresentação da OSSA foi destinada a pacientes que aguardavam consulta médica, assim como a seus acompanhantes. Os trabalhadores do hospital também puderam acompanhar o concerto.

A OSSA já se apresentou, dentro da série, para grupo de 120 idosos no Teatro Municipal de Santo André e também na unidade do Senac, tocando para alunos e funcionários. Com uma hora de duração, o concerto reúne obras instrumentais dos mais consagrados compositores nacionais e internacionais, procurando criar no público a sensação de identificação através de conversa descontraída com o maestro titular da OSSA, Abel Rocha.

Nas conversas com o maestro, diversos temas são abordados, como a apresentação dos instrumentos musicais, a função de cada músico dentro da orquestra, a importância individual de cada músico para que o coletivo “orquestra” dê certo, a técnica que o maestro usa para dirigir o grupo, o contexto histórico das músicas e seus respectivos compositores.