PAI-BS revisa protocolo de medicações para evitar riscos de morte súbita cardíaca

Publicado em: 17/12/2021

A equipe do Polo de Atenção Intensiva (PAI) em Saúde Mental da Baixada Santista desenvolveu trabalho que foca na redução do risco de morte súbita cardíaca provocada por medicações em pacientes internados. O projeto foi baseado na análise do “Intervalo QT”, que é a medida feita em um eletrocardiograma (ECG) usado para avaliar algumas das propriedades elétricas do coração.

Dos 193 pacientes analisados, 10,8% apresentavam Intervalo QT superior a 500ms, tendo potencial para apresentarem Torsades de Pointes, uma arritmia potencialmente letal. A unidade, então, implantou um protocolo, um algoritmo e contratou um serviço que lauda os ECGs, fazendo a medição do intervalo QT pelo valor de R$ 8,00 a unidade, o que é muito pouco em se tratando de uma ação preventiva para um risco de morte súbita cardíaca.

Pelo protocolo, na admissão são realizados um ECG e exames laboratoriais e são avaliados os seguintes fatores de ris­co: a) sexo feminino e idade superior a 60 anos; b) condições médicas, tais como: uso de drogas ilícitas há menos de 48 ho­ras, dependência de álcool e tabagismo, hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes, obesidade, histórico de doença cardíaca, renal ou hepática; c) uso de substâncias que aumentem o intervalo QT; d) uso de fármacos que causem hipopotassemia; e) tratamento com medicamentos que podem causar bradicardia; f) histórico familiar de QT longo ou QT longo congênito; e g) car­dioversão recente.

O resultado do trabalho provocou mudanças nas medicações aos pacientes monitorados, bem como a prescrição de fármacos que não produzem alterações do Intervalo QT. Os pacientes, portanto, passaram a ser medicados com maior segurança e menor risco. Valores de QTs iguais ou superiores a 500ms, por exemplo, implicam na suspensão imediata da medicação em uso.

A iniciativa foi inscrita na primeira edição do concurso do Programa Feito pela Gente, da Fundação do ABC, e conquistou a terceira colocação.