Publicado em: 24/06/2016
Pacientes e acompanhantes que frequentam o Instituto de Olhos da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) passaram a contar com atmosfera mais calma e harmônica na sala de espera. Desde maio, a pianista voluntária Cristiane Fusca Guiguer Galluzzi doa parte de seu tempo para descontrair o ambiente de usuários que aguardam por consultas, procedimentos ou cirurgias oculares.
O repertório eclético chama a atenção do público, atraído por canções conhecidas da MPB, bossa nova e samba, além de clássicos internacionais. “Semana passada eu estava aqui com minha mãe, que já perguntava que horas começaria a sessão musical”, contou Afonso Gonçalves, que acompanha a mãe Francisca no tratamento contra descolamento de retina. “É um trabalho muito bom e acalma a gente. Hoje até filmei a pianista quando ela tocou a música do filme Titanic, que acho muito legal”, revelou Afonso.
“DE OLHO NA MÚSICA”
Batizado “De olho na música”, o projeto da disciplina de Oftalmologia da FMABC busca humanizar o ambiente terapêutico por meio da arte. “Há anos dispomos de um piano na sala de espera, pois é um espaço versátil, que também usamos como anfiteatro para congressos, eventos e atividades científicas. Em 2007, quando o Instituto de Olhos foi reinaugurado, esse mesmo piano foi usado para execução do Hino Nacional, pelas mãos do maestro e lendário pianista João Carlos Martins”, recorda o chefe do Serviço de Oftalmologia da FMABC e professor da disciplina, Dr. Vagner Loduca Lima, que estava incomodado com a falta de uso do piano. “A música traz paz, acalma o ambiente e serve de entretenimento para as pessoas. Queria encontrar alguém para tocar. Então procurei as voluntárias que atuam na Oncologia Infantil da faculdade e perguntei se podiam ajudar. Foi aí que o projeto deslanchou”.
A pianista Cristiane Fusca Guiguer Galluzzi é prima de uma das voluntárias da Oncopediatria. Foi assim que ficou sabendo do piano da Oftalmologia e procurou Dr. Vagner Loduca Lima para “afinarem” o projeto. “Dedicar esse tempo aos pacientes está sendo muito bom. É uma sensação ótima, pois adoro música e era uma pena ver um piano tão bom sem ser usado”, considera Cristiane Galluzzi, que não atua profissionalmente na área, apesar da formação em piano clássico em conservatório de música. “Sou dentista e me formei em piano na adolescência. Fiquei cerca de 20 anos sem tocar, mas há uns 15 anos retomei a prática como hobby. Tenho tocado bastante em casa e nas reuniões de família, mais na linha da música popular. A Oftalmologia é o primeiro local que me apresento para um público externo. Tirando a timidez, tenho gostado bastante. As pessoas elogiam, agradecem e isso é muito bom”, revela Galluzzi.
As apresentações de piano ocorrem às quartas-feiras, das 11h30 às 12h30, e são apenas o início do projeto “De olho na música”. A ideia é que outros artistas interessados em doar seu tempo para causas sociais contribuam com a iniciativa e participem desse trabalho de humanização do ambiente terapêutico.