Primeira vacinada do País, enfermeira Mônica Calazans é funcionária da FUABC

Publicado em: 17/01/2021

Mônica Calazans atua pela FUABC há quase 3 anos, enfermeira no Pronto Atendimento São Mateus. Foto: Governo do Estado de SP

Aos 54 anos de idade, Mônica Calazans foi a primeira brasileira a ser vacinada contra a Covid-19. Funcionária da Fundação do ABC desde maio de 2018, atua como enfermeira no Contrato de Gestão São Mateus – uma parceria entre a FUABC e a Prefeitura de São Paulo. Ela recebeu a primeira dose da Coronavac em 17 de janeiro, mesmo dia da aprovação do uso emergencial da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Após quase um ano de pandemia e de todos os esforços contra o novo coronavírus, ela faz um balanço do que já viveu em campo, na linha de frente dos atendimentos no Pronto Atendimento São Mateus. “Logo no início da pandemia nós já modificamos os fluxos de atendimentos no P.A. São Mateus. O número de casos era muito grande e dividimos os pacientes de acordo com os sintomas respiratórios, abrindo mais espaço para esse tipo de atendimento e protegendo os demais usuários da unidade”, recorda.

De acordo com a enfermeira, em meados de agosto houve uma ligeira redução da procura por Covid-19. Porém, os casos voltaram a crescer em setembro e não pararam mais. Até hoje é muito grande o número de pacientes com sintomas respiratórios que procuram a unidade, considerada referência na região.

“Temos ótimos profissionais médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos e demais membros das equipes assistenciais, o que nos permite fazer um bom trabalho. Nossa principal preocupação são os casos graves, que necessitam de internação em unidade especializada. Esses pacientes recebem todo o suporte e o melhor atendimento durante o tempo em que permanecem conosco, aguardando a liberação de vaga pela CROSS (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde do Governo do Estado)”, explica a enfermeira, que também atua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na Capital.

Moradora de Itaquera, Mônica conhece bem a Zona Leste da Capital e considera “muito efetiva” a atuação da FUABC no território de São Mateus, especialmente na Atenção Básica: “A Fundação do ABC exerce papel fundamental em São Mateus, atendendo toda essa região, bastante carente. Considero de extrema importância esse trabalho, inclusive no que diz respeito às ações preventivas desenvolvidas na área de Atenção Básica”.

Para o futuro, ela pondera: “Acredito que, com a vacinação em massa em todo o País, teremos Natal e Ano Novo diferentes. Considerando que toda a logística de distribuição e aplicação das vacinas dará certo, penso que o final deste ano será muito melhor em comparação ao que vivemos em 2020”.

Independentemente do sucesso da vacinação, Mônica Calazans reforça as orientações da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de São Paulo para a manutenção das medidas preventivas, como evitar aglomerações, lavar as mãos com frequência e usar sempre máscara e álcool gel.

SÃO MATEUS

Entre maio de 2020 e 15 de janeiro de 2021, as UBSs e AMAs/UBSs Integradas sob gestão da Fundação ABC – Contrato São Mateus, juntamente com o Pronto Atendimento São Mateus, contabilizaram 121.690 pacientes atendidos com sintomas respiratórios. “Em todo o ano de 2020, o maior número diário de atendimentos de pacientes sintomáticos respiratórios foi de 1.147 usuários, em junho. Neste ano, apesar de ainda estarmos em janeiro, atingimos no dia 4 o pico de 937 pacientes assistidos, acendendo o sinal de alerta para a importância da população reforçar as medidas preventivas e de distanciamento social”, avisa a Diretoria do Contrato São Mateus.

No mesmo período de quase 8 meses, as unidades de Atenção Primária acompanharam via telefone 80.171 pacientes suspeitos de Covid-19, com aproximadamente 620 mil ligações.

REPERCUSSÃO NACIONAL

O Governo do Estado de São Paulo começou a imunizar a população contra a Covid-19 em 17 de janeiro. Mônica Calazans foi a primeira a receber a vacina Coronavac, durante solenidade transmitida ao vivo e com ampla repercussão nos principais veículos de imprensa de todo o País. No mesmo dia, profissionais de saúde de hospitais de referência no combate à pandemia e integrantes de populações indígenas começaram a ser vacinados no Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

“Começamos a vacinar a população e isto é um grande passo na tarefa de salvar vidas, que é a prioridade máxima do Governo de São Paulo”, afirmou o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn.

A campanha de imunização contra a Covid-19 em São Paulo será desenvolvida segundo a disponibilidade das remessas de vacinas pelo Ministério da Saúde. À medida que o órgão federal viabilizar mais doses, as novas etapas do cronograma e públicos-alvo da campanha de vacinação serão divulgadas pelo Governo de São Paulo.

A Coronavac é produzida no Brasil a partir de convênio entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Sinovac Life Science, do grupo Sinovac Biotech. Utiliza o vírus inativado do novo coronavírus (Sars-CoV-2) para inoculação em humanos e deve ser aplicada em duas doses, para que o sistema imunológico passe a produzir anticorpos contra o agente causador da Covid-19.