Publicado em: 15/01/2016
Após quatro anos na Diretoria da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), Dr. Rubens Wajnsztejn foi eleito presidente da entidade para o biênio 2016-2017. Professor da Faculdade de Medicina do ABC há mais de 30 anos e chefe do setor de Neurologia Infantil, o novo comandante da SBNI terá como grandes desafios organizar no Brasil o 2º Encontro das Sociedades de Neurologia Infantil do Cone Sul – a primeira edição ocorreu em 2015, na Argentina – e o 11º Congresso Brasileiro de Neurologia Infantil, além de trabalhar para oficializar a Neurologia Infantil como especialidade médica.
Entre as virtudes que levaram à eleição, Dr. Rubens Wajnsztejn buscou unificar os profissionais da área ao montar chapa ampla e diversificada, que reúne representantes da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade de São Paulo (USP). Contando com as comissões Científica, de Ensino e o Conselho Fiscal, todas as regiões do Brasil estão representadas na nova Diretoria e quase todos os estados. “A sociedade é brasileira. Por isso, queremos contar com a participação de neurologistas de todo o país. Quanto mais membros tivermos, mais fortes seremos e maior será nossa representatividade”, considera o novo presidente.
Entre as principais bandeiras do mandato está a mobilização dos profissionais para reformulação do modelo de residência médica e para oficializar a Neurologia Infantil como especialidade médica. “Hoje a prova de Título de Especialista para Neurologia Infantil é realizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Somos considerados uma área de atuação da Pediatria, como a gastropediatria e a alergia, por exemplo. Entretanto, nessas áreas, os profissionais continuam atuando como pediatras gerais. É completamente diferente do neuropediatra, que só atua como especialista”, garante Dr. Rubens Wajnsztejn, que explica: “Para cursar a residência médica em Neurologia Infantil, o médico precisa ter como pré-requisito dois anos de residência em Pediatria ou em Neurologia Geral. Se ele for formado em Neurologia Geral, fará a residência em Neurologia Infantil sem nunca ter cursado Pediatria e vice-versa. Isso só é possível, justamente, porque a Pediatria e a Neuropediatria são especialidades diferentes”.
Por essa razão, a nova Diretoria da SBNI planeja oficializar a Neurologia Infantil como especialidade médica. A proposta é que os residentes tenham que apresentar como pré-requisito um ano de residência médica em Pediatria e um ano em Neurologia Geral para poder cursar dois anos em Neurologia Infantil. “Esse cenário já é realidade em alguns países do Cone Sul, que têm extremamente bem definido que a Neurologia Infantil é uma especialidade”, afirma o presidente da SBNI.
CONGRESSO BRASILEIRO E CONE SUL
Neste 2016, a Diretoria da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil tem entre os desafios a organização de dois grandes eventos: o 2º Encontro das Sociedades de Neurologia Infantil do Cone Sul e o Congresso Brasileiro de Neurologia Infantil – ambos agendados para outubro, em Foz do Iguaçu.
A primeira edição do encontro Cone Sul ocorreu em 2015, na Argentina, com presenças de representantes de sociedades de neurologia infantil do país sede, Chile, Brasil, Uruguai e Paraguai. Trata-se de espaço para troca de experiências e de conhecimentos dentro dos mais diversos temas. “Percebemos que muita coisa que é problema ou tabu em um país, pode ser também em outro vizinho ou já contar com uma solução efetiva. Hoje, por exemplo, estamos tentando aprovar junto à ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o uso do Canabidiol – substância encontrada na folha da maconha – no tratamento de doenças neuropsiquiátricas. Em contrapartida, essa substância já está liberada em outros países sul-americanos para tratar doenças como Parkinson, ansiedade e depressão. A troca de experiências é extremamente importante”, completa Wajnsztejn.
Já o Congresso Brasileiro de Neurologia Infantil chega em 2016 à 11ª edição, com o grande desafio de repetir o sucesso da edição 2015, realizada em São Paulo, que registrou recorde de inscritos e de arrecadação. Neste ano, o evento terá lugar em Foz do Iguaçu, agendado entre os dias 12 e 15 de outubro.
EXPOENTE ACADÊMICO
Graduado em Medicina em 1979 pela Universidade de São Paulo, Dr. Rubens Wajnsztejn concluiu residência médica em Neurologia Infantil na Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Traz no currículo mestrado em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de São Paulo e doutorado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina do ABC. É professor assistente da disciplina de Neurologia da FMABC desde 1984, onde também coordena o Programa de Residência Médica em Neurologia Infantil. Desde 1º de janeiro de 2016 é presidente da SBNI – Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.
“Comecei na Faculdade de Medicina do ABC em 1984, com a missão de implantar a Neurologia Infantil. Partimos do zero, sem qualquer tradição, para hoje contabilizarmos 11 anos de residência médica instalada, publicações científicas de impacto e participações nos principais congressos, reuniões e eventos da especialidade. Juntamente com a psicóloga Alessandra Caturani Wajnsztejn, criamos o NEA – Núcleo Especializado em Aprendizagem, que se tornou serviço de excelência e hoje um importante campo de estágio para os novos neuropediatras. Todo esse trabalho passou a ser amplamente reconhecido e o crescimento da FMABC ao longo dos anos contribuiu com meu crescimento profissional. Não tenho dúvidas de que a eleição para presidente da SBNI completa um ciclo de conquistas. Até então, somente a USP, Unifesp, Unicamp e Santa Casa de São Paulo estiveram à frente da entidade. Hoje certamente a Medicina ABC está entre os principais serviços de Neurologia Infantil do país”, comemora Dr. Rubens Wajnsztejn.