Professor da Medicina ABC participa de seminário da UFABC sobre “Dislexia e Déficit de Atenção”

Publicado em: 20/06/2017

Docente também preside a Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil

Dr. Rubens Wajnsztejn discutiu política de cotas e assistência aos universitários com transtornos de atenção

Professor da Faculdade de Medicina do ABC há mais de 30 anos e chefe do setor de Neurologia Infantil, Dr. Rubens Wajnsztejn foi um dos convidados do “1º Seminário da Universidade Federal do ABC de Dislexia e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) no Ensino Superior”. A atividade ocorreu em 21 de junho, das 9h às 17h, na UFABC – Universidade Federal do ABC, em Santo André.

O objetivo do seminário foi debater os desafios do acesso e permanência do aluno com dislexia e TDAH nas universidades, com foco em critérios que possam subsidiar a política de cotas para pessoas com deficiência. Foram organizadas duas mesas, uma no período da manhã, sobre dislexia, e outra no período da tarde, sobre TDAH, quando o professor da FMABC participou ao lado de neuropsicólogos, psicólogos, fonoaudiólogos e neuropediatras.

Para o docente da FMABC, que atualmente preside a Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil, ainda é preciso avançar consideravelmente no País quanto à assistência adequada aos universitários que possuem estes transtornos. “O tema me interessou bastante, pois é pouco discutido. Isso porque implica na criação de procedimentos especiais que geram gastos às universidades. O aluno com déficit de atenção demora mais tempo para fazer a prova, ou faz em outro horário. O professor precisa supervisioná-lo, ou então deve aprender a aplicar uma prova oral, por exemplo. No geral, a faculdade imagina que irá encarecer contratar este profissional”, comenta Dr. Rubens Wajnsztejn.

Estima-se que de 3% a 6% da população mundial possua TDAH, que tem como principais características a desatenção, impulsividade e hiperatividade. Já a dislexia consiste em dificuldades com a leitura e para decodificar o alfabeto, atingindo de 6% a 8% das pessoas em todo o mundo.

Além de promover mesa redonda sobre as condições de acesso e permanência nas universidades, o evento refletiu sobre quais os tipos de dificuldades que o aluno com dislexia e TDAH encontra na vida adulta escolar e quais as ferramentas que as universidades podem oferecer como apoio à sua permanência na graduação. A equidade nas oportunidades de acesso aos conteúdos e ao desenvolvimento foi uma das bandeiras do debate.

O seminário também serviu para apoiar o trabalho da Monitoria Inclusiva da UFABC, que conta com 35 monitores do Núcleo de Acessibilidade, responsáveis pelo acompanhamento e apoio técnico aos alunos com deficiência da universidade.

DESTAQUE ACADÊMICO

Graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo, Dr. Rubens Wajnsztejn concluiu residência médica em Neurologia Infantil na Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Traz no currículo mestrado em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de São Paulo e doutorado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina do ABC. É professor assistente da disciplina de Neurologia da FMABC desde 1984, onde também coordena o Programa de Residência Médica em Neurologia Infantil. Desde 1º de janeiro de 2016 é presidente da SBNI – Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.