Professoras da FMABC são premiadas por ações em defesa dos animais

Publicado em: 18/12/2015

“Prêmio Palmas para o Bem” ocorreu durante conferência na Câmara Municipal

de São Paulo sobre o uso de animais para testes da indústria

 

Docentes da Faculdade de Medicina do ABC, as doutoras Odete Miranda e Registila Beltrame receberam em 2 de dezembro o “Prêmio Palmas para o Bem”, oferecido pelo Fórum de Proteção e Defesa Animal da Cidade de São Paulo durante a conferência “O fim dos testes em animais – a nova era em avaliação de segurança em cosméticos e medicamentos”. O evento teve lugar na Câmara Municipal de São Paulo e reuniu especialistas no tema, com intuito de mostrar que é possível substituir o modelo animal por novas e avançadas tecnologias, promovendo, assim, a ciência mais humanitária e ética.

As professoras da FMABC foram reconhecidas pelos esforços para proibição do uso de animais vivos nos cursos de graduação. Graças a esse trabalho – que contou com fundamental contribuição de outros docentes, como a Dra.

Dra. Registila Beltrame, a dermatologista Dra. Adriana Leite e Dra. Odete Miranda durante conferência na Câmara Municipal de São Paulo

Dra. Registila Beltrame, a dermatologista Dra. Adriana Leite e Dra. Odete Miranda durante conferência na Câmara Municipal de São Paulo

Nédia Maria Hallage –, a Faculdade de Medicina do ABC tornou-se em 17 de agosto de 2007 a primeira do país a abolir o uso de animais vivos nas aulas de graduação. A prática ficava permitida somente para pesquisas inéditas, com relevância científica e previamente aprovadas pelo CEEA – Comitê de Ética em Experimentação Animal da FMABC.

À época, a decisão gerou grande polêmica entre professores e alunos, além de questionamentos sobre possíveis prejuízos ao ensino da Medicina. “Os alunos do curso de Medicina que ingressaram a partir de 2008 não tiveram aulas com animais vivos. Esses mesmos alunos, quando chegaram ao 6º e último ano da graduação, fizeram o ENADE e obtiveram a nota máxima 5, mostrando, definitivamente, que não há necessidade de matar animais para aprender Medicina”, detalha a professora titular de Microbiologia e Imunologia da FMABC recém-premiada na Câmara de São Paulo, Dra. Registila Beltrame.

Em 2008, a decisão da FMABC rendeu homenagens na Câmara de Vereadores de São Paulo. O então diretor, Dr. Luiz Henrique Camargo Paschoal, recebeu a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo. Já a vice-diretora, Dra. Maria Alice Tavares da Silva, recebeu o título de Cidadã Paulistana.

Entre as principais alternativas utilizadas para substituição de animais vivos estão softwares, bonecos, uso de animais quimicamente preservados (que tiveram morte natural) e incorporação dos cursos básicos à prática clínica – quando o aluno passa a aprender com casos reais, em seres humanos.

FIM DOS TESTES

O “Prêmio Palmas para o Bem” ocorreu durante a conferência “O fim dos testes em animais – a nova era em avaliação de segurança em cosméticos e medicamentos”, promovida pelo Fórum de Proteção e Defesa Animal da Cidade de São Paulo. O evento contou com participação da pós-doutora em Toxicologia Celular e Molecular de Radicais Livres pela Unicamp e precursora do uso de modelos substitutivos, Maria Inês Harris; da médica dermatologista Adriana Leite, idealizadora da plataforma interativa Cosm-ÉTICOS.org, para a transparência, consciência, sustentabilidade e fim dos testes em animais; da bióloga especialista em biologia molecular, Bianca Marigliani; e do presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), Ricardo Laurino.

Durante a conferência, foi anunciada a formação da Rede Brasileira Antivivissecção, que reunirá os maiores especialistas do Brasil no tema e trabalhará em favor da informação, divulgação e aperfeiçoamento de métodos que permitam o fim definitivo dos testes em animais do Brasil.