Projeto TeleUTI no Hospital Geral de Carapicuíba já atendeu 71 pacientes

Publicado em: 26/03/2025

Em parceria com a Fundação do ABC, iniciativa leva expertise do Hospital das Clínicas de São Paulo ao HGC, melhorando atendimentos intensivos e otimizando recursos

 

No dia 18 de março foi realizado um treinamento presencial com instrutores do Hospital das Clínicas de São Paulo

Gerenciado pela Fundação do ABC em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, o Hospital Geral de Carapicuíba (HGC) está entre as unidades participantes da primeira fase do projeto TeleUTI, uma iniciativa do governo paulista em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).

O TeleUTI visa oferecer suporte remoto para equipes multiprofissionais que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por meio de teleinterconsultas diárias e capacitações, tanto remotas como presenciais. A mais recente visita in loco do HC em Carapicuíba aconteceu em 18 de março, quando foi feito um treinamento com simulação de emergência para as equipes. Nessa atividade, também foram incluídos médicos residentes e alunos para participar.

O programa, implantado no HGC desde 8 de outubro do ano passado, atendeu até 16 de março 71 pacientes, cujos casos foram temas de discussões em 129 sessões de reuniões on-line. Ao todo, os 18 hospitais públicos participantes do Estado já contabilizam 1.306 pessoas que receberam atenção em 2.241 interconsultas.

O objetivo principal é melhorar os resultados assistenciais, reduzir o tempo médio de internação e otimizar a ocupação dos leitos. Segundo estimativas da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, o projeto pode gerar uma economia de até R$ 76 milhões, evitando gastos com a construção de novos leitos.

A iniciativa consiste principalmente em reuniões diárias on-line com o Centro Líder de Inovação em Saúde Digital do Estado, localizado no Instituto Perdizes do Hospital das Clínicas, na capital paulista. Durante esses encontros, as equipes das UTIs participantes podem discutir até dez casos clínicos por dia, contando com a expertise de médicos especialistas e profissionais de diferentes áreas.

As reuniões ocorrem com um teleconsultor do HC e a equipe multidisciplinar das unidades, que podem incluir médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, membros da comissão de controle de infecção hospitalar, nutricionistas, farmacêuticos clínicos, entre outros profissionais.

O projeto também visa beneficiar UTIs que carecem de intensivistas próprios e de processos padronizados, incluindo protocolos e gestão de indicadores. A central coordenadora da iniciativa oferece suporte para essa estruturação nas unidades. No caso do HGC, que já possui essa organização, o TeleUTI está servindo como plataforma para discussões técnicas especializadas, com aporte de profissionais não disponíveis no Hospital. Além disso, o serviço também facilitou a transferência de pacientes cujos casos excederam a capacidade de atendimento do HGC.

BENEFÍCIOS

A diretora-geral do HGC, Kely Schettini, celebrou os avanços proporcionados pela participação no projeto. “A melhoria na qualidade do atendimento dos pacientes atendidos em nossa UTI é imensa. Os casos são discutidos em interconsultas com diversos especialistas, permitindo um plano de cuidados mais eficiente e reduzindo a necessidade de transferências”, explicou.

A coordenadora médica da UTI adulto do HGC e uma das responsáveis pela implantação do TeleUTI na unidade, Dra. Andréa Maciel, também destacou a importância da iniciativa. “Participamos de treinamentos assíncronos e síncronos com o Hospital das Clínicas, incluindo um curso de 30 horas sobre capacitação em saúde digital, com certificação da USP. Além disso, contamos com visitas anuais in loco para avaliação e aprimoramento dos processos assistenciais”, afirmou.

A diretora-geral também ressaltou o compromisso da unidade com a expansão da telessaúde. “A diretoria do HGC está empenhada em trazer, cada vez mais, recursos assistenciais em saúde remota para aprimorar seus atendimentos. Outro exemplo é a busca por investimentos para aplicações na UTI neonatal e aquisição de equipamentos que possibilitem o telemonitoramento de pacientes”, contou Schettini.

O Hospital Geral de Carapicuíba faz parte de um grupo de hospitais públicos do Estado que integram a primeira fase do projeto. A previsão é que cinco dessas unidades avancem para a fase seguinte, cujos planos são de atuarem como multiplicadores dessa iniciativa.