Publicado em: 30/10/2015
O Hospital Anchieta (HA) e o Hospital de Clínicas Municipal (HC) de São Bernardo começaram a receber alunos da Residência Integrada Multiprofissional em Saúde, pós-graduação latu sensu promovida pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Desde o início do ano, as unidades têm sido cenário de prática para os profissionais de enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição e terapia ocupacional que integram o programa.
O curso, que tem duração de dois anos, começou em março de 2014 e contempla duas modalidades, Atenção ao Câncer e Saúde do Idoso. Foram ofertadas, no total, 22 vagas, e os residentes se espalham por unidades em São Bernardo, São Caetano e Santo André. Durante o primeiro ano, eles concentraram 100% de suas atividades na atenção básica, acompanhando o trabalho realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e policlínicas. Ao longo de 2015, eles atuarão nos hospitais e demais serviços especializados.
A definição dos locais que receberam os estudantes levou em conta o perfil das unidades. No HA atuam cinco residentes da Atenção ao Câncer; já o HC recebe dois pós-graduandos em Saúde do Idoso. Ambas as turmas, nesta fase, também utilizam o Hospital Estadual Mario Covas. Em cada unidade, há um preceptor de cada especialidade para orientar as atividades.
O programa de residência integrada foi implementado considerando o perfil epidemiológico do ABC. O objetivo é integrar ensino, assistência e comunidade, facilitando o diálogo com a população e aproximando os profissionais da realidade regional. Assim, o currículo foi planejado de forma a valorizar a formação prática (80% da carga horária), sem abrir mão das aulas teóricas (20%, aos sábados), combinação que visa garantir a promoção da saúde de forma crítica, reflexiva e humanizada. Os residentes atuam em regime de dedicação exclusiva, e recebem bolsa do Ministério da Saúde.
“No HA os residentes multiprofissionais estão totalmente integrados à rotina do hospital e também aos demais médicos. Eles participam ativamente da discussão dos casos e da definição do cuidado. Eles aprendem com as nossas práticas, mas também o hospital ganha com a presença deles”, avalia a assessora da superintendência do Hospital Anchieta.
O farmacêutico Luiz Rafael Miguel Savioli, 30, diz que a residência integrada tem sido fundamental para sua formação, uma vez que ele pode atuar ao lado da equipe médica e dos demais colegas do programa. Isso, segundo ele, torna a atenção ao paciente mais completa. “Passei o primeiro ano na UBS Farina e pude entender como funciona o cuidado em rede. No HA temos um perfil bastante variado de usuários, dos mais jovens aos idosos, e em diferentes estágios do câncer. Isso enriquece o aprendizado e permite, no meu caso, que eu atue junto às prescrições e também para amenizar os efeitos negativos da quimioterapia, além de orientar sobre como realizar o tratamento”, relata.
SAÚDE DO IDOSO
Na modalidade Saúde do Idoso, os residentes dividem a carga horária prática entre o Programa de Internação Domiciliar (PID) e o Centro Especializado de Reabilitação (CER), além do HC e Hospital Estadual Mario Covas. “Essa diversidade é importante porque permite que o residente possa interagir nos mais diferentes cenários e necessidades. Para quem é preceptor também é uma experiência muito rica, porque nos estimula a estudar ainda mais para orientá-los melhor”, afirma a fisioterapeuta do HC Vivian Taciana Simioni Santana.