Publicado em: 29/05/2024
Em alusão ao Maio Roxo, Mês de Conscientização Sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais, a Secretaria de Saúde de Santo André, por meio da especialidade de Coloproctologia, com apoio da Fundação do ABC, promoveu evento voltado ao tema em 24 de maio, no auditório do Centro Hospitalar Municipal (CHM). Aberto ao público, o encontro também reuniu equipes da rede andreense numa articulação sobre o fluxo integrado de cuidado dos pacientes.
Dentre as doenças inflamatórias intestinais, a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa têm apresentado um aumento progressivo no Brasil e impactado na qualidade de vida dos pacientes, principalmente mulheres entre 25 e 54 anos. O Estado de São Paulo apresenta a maior taxa de casos: 144 para cada 100 mil habitantes, o que representa 37% dos registros no País – e 40% dos casos do Estado estão na região do Grande ABC.
Na palestra “A Doença Inflamatória Intestinal que Precisamos Conhecer”, a coloproctologista Sandra Di Felice Boratto apresentou dados sobre as patologias e abordou a importância do diagnóstico correto e precoce para um tratamento eficaz, evitando complicações sérias e até óbitos. “Não existe cura para essas doenças; o que existe é remissão. O fato de a pessoa estar bem clinicamente, sem sintomas, diminui bastante a chance de crises e gatilhos que deixem a doença latente, descartando a necessidade de cirurgias, por exemplo”, explicou a médica.
Convidada especial do evento, a deputada estadual e primeira-dama de Santo André, Ana Carolina Serra, chamou a atenção do público ao dar seu depoimento pessoal como portadora de doença inflamatória intestinal, diagnosticada em 2009, e suas consequências no dia a dia.
“Vim falar como a Carol, filha do José Luiz e da Maria Alice, mãe da Maria, casada com o Paulo Henrique, e que descobriu a doença de Crohn. Tem inúmeras situações que a gente passa, muitas vezes incompreendidas, e muitos descobrem a doença em seu momento de maior fragilidade, o que compromete sua condição de produzir. Por isso, é necessário falar de prevenção, cuidado e da importância da equipe de saúde. Nesse sentido, o SUS é um exemplo, uma joia rara que precisamos valorizar”, destacou.
SINAIS
Caso apresente diarreia com duração superior a quatro semanas; dor abdominal tipo cólica; febre baixa ocasional ou de repetição; presença de muco, pus ou sangue nas fezes; inapetência e/ou perda de peso, é recomendável que a pessoa procure um serviço de saúde, pois pode ter uma doença inflamatória intestinal. Em Santo André, após passar pela unidade básica de saúde (UBS) ou unidade de pronto atendimento (UPA), o paciente, conforme diagnóstico, é encaminhado ao especialista, no Poupatempo da Saúde ou no CHM, para tratamento personalizado.
“Hoje, Santo André oferece estrutura ambulatorial e hospitalar, além de condições para um tratamento de referência com equipe multiprofissional composta por gastroenterologistas, gastropediatras e coloproctologistas, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas. Outro diferencial, quando necessário, tem sido as cirurgias por videolaparoscopia realizadas no CHM, um salto no cuidado a esses pacientes”, explicou o secretário de Saúde, Acacio Miranda.
“O evento foi marcante, o melhor que já fizemos sobre doenças inflamatórias. Essa interação entre as equipes de atenção primária, especializada, hospitalar, urgência e emergência é fundamental para o cuidado. É muito importante que quem está lá na ponta me encaminhe o paciente no momento adequado para que possamos oferecer a ele o que há de melhor em saúde para o controle das doenças inflamatórias”, reforçou Sandra, que é coordenadora da Proctologia do Centro Hospitalar Municipal.
HOMENAGEM
Ao final do evento, Ana Carolina e Sandra Boratto foram homenageadas com flores roxas pelos diretores do CHM, Willian Faria e Evelyn Ribeiro, respectivamente. A gerente de enfermagem, Valéria dos Santos, foi chamada ao palco, pois maio também é o mês de homenagens aos profissionais da área.
Dentro da campanha de conscientização sobre as doenças inflamatórias intestinais, prédios públicos de Santo André, como o do CHM e o da Prefeitura, foram iluminados de roxo neste mês de maio. Estima-se que, só na cidade, 800 pessoas tenham diagnóstico positivo para doença de Crohn ou retocolite ulcerativa.