Santo André zera fila herdada de consultas em quatro especialidades e três tipos de exames

Publicado em: 29/09/2017

Fila de espera, que era de 128 mil solicitações no início do ano, caiu para 58 mil após ações do Programa Saúde Fila Zero

Na prestação de contas do Programa Saúde Fila Zero, Paulo Serra e Ana Paula Peña Dias

A partir do Programa Saúde Fila Zero, a Prefeitura de Santo André conseguiu zerar a demanda herdada por consultas nas especialidades de urologia, otorrinolaringologia, nutrição e endocrinologia, e também a fila de exames de mamografia, densitometria óssea e ultrassom de próstata.

Os dados foram divulgados na prestação de contas do programa, realizada em 26 de setembro. Com todas as frentes do projeto, a fila de espera, que em janeiro era de 128 mil solicitações, foi reduzida para 58 mil. A expectativa da Prefeitura é zerar este número nos próximos três meses, com mais dois mutirões de saúde e o cadastro de novos equipamentos para a compensação tributária por meio da prestação de serviços.

“Queremos zerar essa fila ainda neste ano. Estamos no caminho, já conseguimos atender mais da metade dessa demanda”, afirmou o prefeito, Paulo Serra. O tempo médio de espera em outras especialidades foi reduzido expressivamente. Quem precisava passar por cardiologista e cirurgião vascular, por exemplo, esperava, em média, de 10 e 24 meses, respectivamente. Com o programa, essa média foi reduzida em 90%. As solicitações para consulta com oftalmologista levavam média de oito meses para serem atendidas. Agora levam cerca de dois meses, assim como dermatologia, que passou de 30 meses para 12 meses, e neurologia, que passou de 36 meses para 18 meses.

No caso dos exames, endoscopia e ultrassom de mamas tiveram redução de 60% no tempo médio de espera, que era de 8 e 18 meses, respectivamente. O ultrassom transvaginal faz parte dos exames preventivos anuais e gera muita demanda. Porém, mesmo assim, o tempo médio de espera passou de 18 meses para 9 meses. O ecocardiograma teve redução de 14 meses para três meses de espera. Por fim, o Bera, exame diagnóstico que não tinha referência no município, passou a ter clínicas cadastradas.

MUTIRÕES DE SAÚDE

A redução de 70 mil solicitações foi alcançada por meio de quatro mutirões de saúde e mais de 10 mil atendimentos realizados no Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama e na Clínica Ana Rosa, por meio da compensação tributária. Cerca de 28% desse total saíram da fila, pois foi constatada duplicidade no cadastro do usuário, mudança de telefone e endereço ou por desistência do paciente após muito tempo de espera. “Por isso a informatização que estamos buscando para toda a rede é primordial, porque o processo hoje em dia é todo feito no papel. Isso é inaceitável pensando no tamanho de Santo André. Nós reorganizamos também nossa ouvidoria, para que o usuário que não recebeu retorno após anos de espera possa nos procurar e receber uma resposta”, acrescentou a secretária de Saúde, Ana Paula Peña Dias.

Outra ação foi a pactuação com o Estado para o aumento de 10% nas cotas disponibilizadas para o município em equipamentos como o Hospital Estadual Mário Covas, Hospital Serraria e AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) de Santo André e de Mauá. “Esse diálogo surgiu no grupo de trabalho do Consórcio [Intermunicipal do Grande ABC]. Os usuários, que às vezes fazem um exame, mas precisam passar por especialista, para não esperarem na fila do município quando ela é maior do que a do Estado, são encaminhados para esses equipamentos estaduais”, explicou o prefeito, Paulo Serra.

A administração implantou também a inédita pesquisa pós-atendimento dentro do programa. “Nossa equipe liga para todos os usuários. Claro, como a demanda é grande, não é logo no dia seguinte, mas todos são procurados para darem sua opinião”, explicou o prefeito. Os índices de avaliação surpreenderam positivamente a gestão, pois alcançaram 93% de aprovação.