Sistema agiliza triagem de pacientes no PS Central de Praia Grande

Publicado em: 24/03/2016

Uma nova metodologia já está tornando mais rápida a classificação de risco de pessoas que chegam ao Pronto-Socorro Central de Praia Grande, realizando a triagem em até dois minutos. Denominado Trius One, o equipamento integra medidores clínicos para a correta e imediata aferição de sinais vitais e favorece a identificação da prioridade do cuidado médico aos que forem apontados pelo sistema com necessidade de atendimento de urgência ou emergência.

Ao dar entrada na unidade, o paciente é avaliado de acordo com a condição e sintomas relatados. Medidores integrados ao equipamento aferem pressão arterial, oxigenação do sangue, glicemia e temperatura, cruzando as informações para gerar um relatório de estratificação, que indica para qual especialidade médica o paciente deve ser encaminhado e em quanto tempo.

A classificação de risco já vinha sendo realizada no ‘Irmã Dulce’ desde 2012. A avaliação inicial, feita igualmente por um profissional de enfermagem, funcionava da seguinte forma: logo na entrada, o paciente era avaliado de acordo com sua queixa, sintomas, sinais vitais, entre outros fatores, sendo identificado com pulseiras de cores correspondentes ao seu grau de risco.

Assim como antes, aos pacientes com patologias mais graves e alto risco é atribuída a cor vermelha. Casos muito urgentes recebem a cor laranja, enquanto a cor amarela é entregue aos casos urgentes. Cores verde e azul representam casos de menor gravidade, com possibilidade de aguardar por mais tempo.

PROCESSO APROVADO

Para alguns pacientes, o tempo do processo anterior era insatisfatório. A jovem Viviane Bispo dos Santos considerou justo o novo atendimento, que beneficia quem precisa de rápida atenção médica. “Já vim aqui antes e não era tão satisfatório o tempo da classificação. Acho que agora será melhor, porque quem realmente está precisando não pode esperar muito”, comentou.

A opinião é compartilhada pelo aposentado Joaquim Bueno, que procurou atendimento para o problema em um dos olhos. “No meu caso, sei que posso esperar mais do que outras pessoas porque não estou correndo risco de vida. Claro que quero ser atendido rápido também, porque meu problema é sério, mas não é justo que eu passe na frente de quem está muito mais necessitado”, admitiu.

Segundo o diretor de Enfermagem do Complexo de Saúde Irmã Dulce, Adilson Teixeira, o novo sistema tem muitas vantagens em relação ao padrão anterior. Dentre as mencionadas estão a visualização da quantidade de pacientes atendidos por perfil clínico, picos de atendimento, sazonalidade, epidemias e informações em tempo real sobre produtividade e tendências. “Além do monitoramento do tempo de atendimento e gestão simultânea da rede integrada de urgência e emergência, há um benefício direto no fluxograma, que privilegia a gestão de cada paciente e do serviço como um todo”, ressaltou.

PROTOCOLO DE MANCHESTER

Com o emprego do sistema de tela touch screen, o Trius One também pode ser acessado remotamente por celular ou tablet, sem necessidade de conexão ativa à internet. A plataforma inclui ferramentas tecnológicas, que reduzem possibilidade de falhas e otimizam os custos operacionais utilizando hardware, software e equipamentos clínicos autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

De acordo com o gerente de projetos da empresa mineira ToLife, criadora da tecnologia, Pablo Garcia Arantes, o Trius One foi desenvolvido baseado no Protocolo de Manchester, que objetiva estabelecer consenso entre médicos e enfermeiros para padronização da classificação de risco. “Nossa solução veio para garantir, principalmente, segurança e eficiência no processo de classificação de risco tanto para o paciente como para o profissional de saúde, por meio da tecnologia de informação”, disse.

A metodologia de classificação de risco foi criada por pesquisadores em 1994, na Inglaterra, sendo rapidamente difundida e implantada em diversas unidades de saúde do Reino Unido. Atingiu vários países europeus em poucos anos, passando a ter reconhecimento internacional, sendo então denominada Protocolo de Manchester.