FUABC e Nardini iniciam estudo sobre novos métodos de compostagem

Publicado em: 25/02/2022

O método é desenvolvido pelo professor Germano Guttler, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) – Foto: Divulgação

Com auxílio de uma iniciativa desenvolvida na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), o Hospital Nardini de Mauá, em parceria como Departamento de Sustentabilidade da Fundação do ABC, iniciou estudo para aperfeiçoar seus métodos de compostagem. A técnica consiste no reaproveitamento de resíduos orgânicos, como sobras de frutas e verduras, para produção de adubo, jardins e canteiros.

O método desenvolvido pelo professor Germano Guttler, do departamento de Agronomia do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da UDESC, é chamado de Método Lages de Compostagem (MLC), em referência ao nome da cidade catarinense. O pesquisador é autor de um dos programas de compostagem urbana mais conhecidos do País e se reunirá na próxima semana com gestores das áreas de Sustentabilidade da FUABC e do Hospital Nardini para desenvolvimento de estudo sobre o tema. O objetivo é aprender sobre a técnica e tentar difundi-la em larga escala.

A TÉCNICA

O processo é simples. O professor ensina as pessoas a fazerem, em casa, um vaso compostor em garrafa pet de 5 litros para reciclar o próprio lixo orgânico. As camadas de resíduos devem ser furadas, três vezes por semana, para receber oxigênio. Não é preciso irrigar. Após duas semanas, é possível plantar verduras, legumes, ervas, flores, entre outros, sobre as camadas. O método também pode ser realizado em canteiros de alvenaria de cerca de 10m², a depender da estrutura do local.

Desde a criação, em 2013, a técnica vem sendo difundida em escolas da rede pública de Lages, residências, instituições e até em presídios. Com isso, milhares de resíduos orgânicos deixaram de ser despejados nos já sobrecarregados aterros municipais, reduzindo o impacto ambiental.

A última análise do lixo da cidade mostra que o programa de compostagem que o autor do projeto lidera conseguiu reduzir a 21% a porcentagem de lixo orgânico enviada ao aterro da cidade em 2020. Dez pontos percentuais abaixo de 2019. A técnica gera adubo de ótima qualidade para hortas orgânicas ou jardins internos, por exemplo, e ajuda a cidade a economizar com logística e aterro sanitário.

O professor também coordena o projeto Lixo Orgânico Zero, desenvolvido em parceria com a Prefeitura de Lages. Segundo a UDESC, o método foi selecionado em 1° lugar entre 300 propostas do edital do Ministério do Meio Ambiente e Caixa Econômica Federal.