Unidades da Fundação do ABC iniciam vacinação de funcionários contra a Covid-19

Publicado em: 22/01/2021

Vacinação da médica pediatra da UPA Central de Santos, Patricia D’antonio Figueiredo

Na mesma semana em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o uso emergencial da vacina Coronavac, as unidades da Fundação do ABC passaram a receber lotes do imunizante e deram início à vacinação de seus colaboradores. A UPA Central de Santos, por exemplo, recebeu 300 doses – o suficiente para vacinar 100% das equipes, tanto funcionários diretos como prestadores de serviços das áreas médica, de controladoria de acesso, limpeza e manutenção predial.

Entre os colaboradores da UPA Central, imunizados dias 20 e 21 de janeiro, estavam duas sobreviventes, que se mostraram muito emocionadas durante a vacinação. A técnica de enfermagem Ivanilza Oliveira Marques ficou 15 dias internada em Unidade de Terapia Intensiva e venceu a doença. Já a médica pediatra Patricia D’antonio Figueiredo foi a primeira colaboradora infectada da unidade.

“A primeira coisa de que me lembro, no dia 22 de março de 2020, foi de sentir uma fraqueza imensa, calafrios e muita dor nas pernas. Por cinco dias não conseguia sair da cama para nada. No sexto dia optei por fazer o ‘swab’ e testei positivo. Fui a primeira pessoa a contrair a doença em todos os locais que trabalho”, recorda a médica, que acrescenta: “A fraqueza e a febre melhoraram. Como estava isolada, fui até limpar a casa e cozinhar, pois achava que estava quase curada. Aí veio o que realmente assusta nessa doença: quando a febre e o mal-estar já estão melhores, começa a segunda fase, a das complicações pulmonares. Lá pelo décimo dia do quadro, meu marido notou que eu, adormecida e imóvel, estava respirando trinta vezes por minuto e com saturação de 89-90, nessas mesmas condições. Aí bateu o pânico e ele me levou ao hospital quase à força. Foi o que me salvou, pois já estava com 50% de acometimento nos pulmões. A pior coisa da internação é o isolamento e o medo de piorar cada vez mais. Graças a Deus, no meu caso, não ocorreu. O cateter de oxigênio salvou minha vida. Cinco dias depois recebi alta. Mas o susto foi enorme”.

Para a gerente da UPA Central de Santos, Zilvani Guimarães, a vacinação dos funcionários “trouxe um sentimento pleno de toda uma luta que foi travada”. A dirigente completa: “Sentimos finalmente que estamos no caminho da vitória sobre o medo do estranho, da insegurança e dessa doença terrível. Gratidão imensa por todos que estão na linha de frente e também aos profissionais envolvidos nas pesquisas, que incansavelmente buscaram na ciência e na tecnologia as ferramentas para proporcionar o início da imunização”.

Para os próximos meses, a gerente da UPA espera mais vontade política e menos interesses pessoais para que a vacina seja produzida em larga escala, beneficiando toda a população. “Estamos no caminho certo e venceremos essa batalha”, acredita Zilvani Guimarães, que reforça a importância da manutenção das medidas preventivas, independentemente do início das campanhas de vacinação pelo País.

 

No Hospital Municipal de Mogi das Cruzes, o enfermeiro Davi Chaves de Oliveira. Foto: PMMC/Eder Veiga

MOGI DAS CRUZES

A primeira dose da vacina contra o coronavírus foi aplicada em Mogi das Cruzes em 20 de janeiro. O enfermeiro do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC), Davi Chaves de Oliveira, 49 anos, foi o primeiro a receber a vacina em solo mogiano, às 20h40. O prefeito Caio Cunha, o secretário municipal de Saúde, Henrique Naufel, e os profissionais da Vigilância Epidemiológica Municipal acompanharam o momento.

Davi é mogiano, vive desde que nasceu no Mogilar, e é enfermeiro há mais de 20 anos. Trabalha desde 2018 no HMMC, onde funciona o Centro de Referência do Coronavírus, e representou os profissionais de saúde que estão na linha de frente no cuidado às vítimas da Covid-19. “Hoje é um dia histórico para mim: é 20 de janeiro de 2021 e eu nunca vou esquecer dessa data. A palavra certa para o momento é gratidão”, afirmou ele, que é portador de doença respiratória crônica, diabetes e hipertensão e atua no Pronto-Socorro desde o início da pandemia. Já chegou a ficar internado por problemas respiratórios, mas nunca foi infectado pela Covid-19.

O início da vacinação ocorreu na área do ambulatório do Hospital Municipal com a imunização dos primeiros profissionais. “É um dia de vitória, um dia de esperança. Mas temos que manter a conscientização. É muito importante que as pessoas sejam responsáveis e respeitem o próximo, evitando qualquer tipo de aglomeração”, destacou o prefeito Caio Cunha.

 

Na UPA Zaíra, a auxiliar de enfermagem Francisca das Chagas. Foto: Divulgação PMM

COMPLEXO DE SAÚDE DE MAUÁ

A data de 19 de janeiro de 2021 se tornou histórica para Mauá. Na UPA Zaíra, que integra o Complexo de Saúde de Mauá (COSAM), foi iniciada a vacinação contra a Covid-19 na cidade. Coube à auxiliar de enfermagem Francisca das Chagas e Silva de Lima receber a primeira dose do imunizante.

Carinhosamente conhecida como Fran, a primeira imunizada em Mauá tem 72 anos e é uma das enfermeiras mais antigas da rede municipal, onde atua há 33 anos, sendo que os últimos 26 foram dedicados à UBS Santa Lídia. O enfermeiro Rodrigo Antunes Pinheiro, há 17 anos na Saúde da cidade, aplicou a vacina.

A cidade conta com insumos, como seringas e agulhas, suficientes para a aplicação das doses. Pelo Plano Municipal de Vacinação, quem atua na linha de frente no combate à Covid-19 e asilados (idosos e cuidadores das instituições de longa permanência para idosos) serão imunizados, além dos profissionais dos três hospitais particulares da cidade, do Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, das 23 Unidades Básicas de Saúde e das 4 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

 

CENTRO HOSPITALAR PENITENCIÁRIO

Parceria entre Fundação do ABC e Governo do Estado de São Paulo, o Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário começou a vacinar seus colaboradores em 21 de janeiro. A primeira funcionária imunizada foi Beatriz Helena Medeiros Fossatti, enfermeira do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Nessa primeira fase da campanha, a unidade vacinará profissionais médicos, equipes de enfermagem e fisioterapeutas em contato direto com pacientes.

A enfermeira do SESMT, Beatriz Helena Medeiros Fossatti