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Projeto TeleUTI do Governo de SP, implantado de forma pioneira na unidade, também alcança queda na taxa de mortalidade

Divulgação/Governo do Estado

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Conjunto Hospitalar do Mandaqui, gerenciada pela Fundação do ABC em parceria com o Governo do Estado, alcançou redução de 5 dias no tempo de permanência do paciente no leito, que antes era de 10 dias. O progresso deve-se à implantação do Projeto de TeleUTI do Governo do Estado, que em março entrou em funcionamento de forma pioneira na unidade, localizada na Zona Norte da Capital. A taxa de mortalidade também diminuiu. Na implantação do modelo, o índice era de 28%, já na primeira semana de julho, caiu para 7%. A FUABC é responsável pela gestão de 47 leitos de UTI adulto no local.

O resultado da implantação do projeto de telemedicina, que consiste em atendimento a distância em diversas especialidades médicas, é equivalente à criação de 11 novos leitos de UTI sem a necessidade de novos investimentos em infraestrutura ou ampliação de gastos com pessoal. O programa abrange 40 dos 47 leitos de tratamento intensivo adulto da unidade, que funciona como hospital geral e de ensino e é referência no atendimento a politraumatismos. Diariamente, uma equipe do Conjunto Hospitalar do Mandaqui troca informações com profissionais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O pediatra e coordenador do projeto na unidade, Paulo Eduardo Ferraz, afirma que os resultados foram animadores. Com a redução do tempo de permanência no leito, diminui também os riscos de o paciente contrair uma infecção hospitalar. Além disso, promove aumento na capacidade de internação. “É como se, virtualmente, criássemos outro leito de UTI. Isso é importantíssimo para a nossa demanda”. O médico ressalta que o programa promoveu um aumento de, no mínimo, 28% na capacidade de internações.

Desde a implantação, foram atendidos 242 pacientes e uma média de 16,5 discussões por dia. O coordenador do projeto no Complexo Hospitalar do Mandaqui destaca os benefícios das trocas de informações. “É como se o paciente recebesse visitas de vários médicos de diversas instituições ao mesmo tempo, aí discutimos o que é melhor para o paciente”.

O médico intensivista Bruno Yasumura explica que os casos graves são os selecionados para os leitos de TeleUTI. “São os pacientes que têm chance de ficar mais tempo internado na UTI. Conseguimos discutir com vários outros médicos os métodos de tentar diminuir esse tempo de internação para que ele saia da UTI melhor”. Entre os casos graves se enquadram pacientes com múltiplas disfunções orgânicas, como disfunção cardíaca, pulmonar, renal, hepática e neurológica.

Paulo Eduardo Ferraz destaca, ainda, que toda a equipe também se beneficia com o modelo. “Temos vantagens intangíveis, como melhorar a capacitação da equipe multiprofissional. A TeleUTI aproxima profissionais e traz o conhecimento como o principal elemento, deixando um importante legado que tende a se expandir, uma vez que somos um hospital de ensino”, conclui Paulo.

O Programa Saúde Digital do Governo do Estado deve ser expandido para outros 19 hospitais de São Paulo, implantando inovações a 355 leitos para viabilizar mais de 1,3 mil novos atendimentos em todo o Estado.

MANDAQUI

A Fundação do ABC deu início em 31 de março de 2022 ao gerenciamento dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto no Conjunto Hospitalar do Mandaqui. A publicação do resultado do chamamento público 001/2022 ocorreu em 24 de março no Diário Oficial do Estado, confirmando o primeiro lugar da FUABC. A unidade funciona como hospital geral e de ensino em nível terciário, sendo referência da Zona Norte de São Paulo para pacientes politraumatizados. Considerado um dos maiores hospitais gerais da região, hoje a unidade conta com cerca de 450 leitos e realiza atendimentos de urgência e emergência, clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia e obstetrícia e ambulatório de especialidades. Também oferece serviços de residência médica reconhecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e estágios de especialização em enfermagem, fisioterapia e nutrição.